quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Murunoteu

Não existe uma razão clara para que eu, sendo apaixonado por Belém e interessado em História e em belas imagens, nunca tenho posto os meus pés nas ruínas do Murutucu, um engenho de cana-de-açúcar do século XVIII, que pertenceu a Antônio Landi, foi destruído por ocasião da Cabanagem e há seis décadas está sob o poder da União, em estado de completo abandono. Ou talvez haja.
O abandono a que me referi é tão grave que interfere até mesmo sobre aqueles que, como eu, há nos pretende ver as ruínas de perto.
A questão é: se você quisesse ver as ruínas hoje, agora, neste exato momento, saberia como chegar lá? Aposto que não. Eu, p. ex., perguntei aqui para o Tico e o Teco e tudo que eles souberam me dizer foi que o engenho está situado em uma área pertencente à Embrapa. Só. Nada mais.
Comecei então o meu périplo pela Internet, atrás de informações turísticas, que me levassem a um como chegar. E sabem o que descobri? Acertou quem respondeu nada. Digitando variadas expressões de busca, encontramos aqui e ali alguma informação dispersa. Sei agora, p. ex., que o engenho fica no Km. 4 da Estrada do Murutucu. Legal, mas onde fica tal estrada? Como faço para entrar? O acesso é pela Embrapa, mesmo?
Sei também que o sítio é identificado por uma placa turística (marrom e tudo), já desgastada pelo tempo, mas não tenho a menor noção de quanto tempo se gasta para chegar ao local, nem das condições físicas da estrada, nem se preciso de algum tipo de autorização para visitar, nem dos riscos que corro indo lá por mera curiosidade. E não existe nenhuma página na Internet que forneça tais informações. Com o destaque de que procurei por elas nas páginas da Prefeitura, do governo do Estado e da própria Embrapa.
O episódio ratificou o que sempre percebi: não há informações turísticas confiáveis nesta cidade. Se não for Estação das Docas, Theatro da Paz ou as famosas praças, é como se não existisse. Deprimente.
Agora que estou puto tomado por uma indignação cidadã, vou tirar um dia para visitar as ruínas do Murutucu e, após, escrever um passo-a-passo com todas as informações que procurei e não encontrei. Essa será a minha vingança. Outro que procure há de achar o roteiro aqui.

O Francisco Rocha Jr. é o cara! Já resolveu boa parte do meu trabalho, menos de uma hora após a postagem. Aguardem o roteiro.

7 comentários:

Francisco Rocha Junior disse...

Caro Yúdice,

As ruínas do Engenho podem ser achadas no Flanar... :)
Abração.

Cléoson Barreto disse...

Yúdice,
Me lembro de ter visto uma placa (não sei se na Almirante Barroso ou na Dr. Freitas) dando uma direção para as Ruínas do Murutucu. Só isso. Se for depender dessa sinalização pra chegar lá, vou continuar sem saber onde é.
Sucesso na sua empreitada!
Um abraço.

Yúdice Andrade disse...

Valeu, Francisco!

Nunca vi essa placa, Cléoson, e a Almirante Barroso é uma rota habitual para mim. Mas com as dicas do Francisco, já sei como chegar. Obrigado pelo apoio.

Anônimo disse...

Adorei sua "vingança maligna". Eu adotei essa de me vingar tbm sempre que vejo os arrobos de corrupção de nossos políticos e magistrados.
Eu me vingo sendo o mais honesta possível!!!
Ana Miranda

Yúdice Andrade disse...

Se mais gente se vingasse, quem sabe as coisas já tivessem melhorado, Ana.

Frederico Guerreiro disse...

Égua! Ruínas de murucutu com murunoteu??? Noves fora o meu...

Yúdice Andrade disse...

Os nossos!!!