É como ensina a sabedoria popular: pobre não tem sorte, mesmo. Outra notícia matinal dá conta de que os ladrões ficam ouriçados nesta época de pagamento de salários dos servidores públicos. Vão aos bancos e cometem seus crimes.
Note: quem sofrerá esse tipo de agressão? Apenas o trabalhador mais humilde, de parcos rendimentos, que espera ansiosamente o pagamento e, mal ele sai, corre ao banco para sacar, às vezes tudo, para pagar suas contas e fazer suas compras. Corre o risco de, num assalto desses, perder a renda do mês inteiro, instalando-se a terrível dúvida sobre como passar o mês.
Já os servidores de maior renda podem simplesmente deixar o dinheiro na conta, pois os estabelecimentos que frequentam aceitam cheques e cartões. Não é indispensável ter dinheiro na mão. Assim, ficam mais protegidos, como alguns conhecidos meus que, assaltados, perderam apenas alguns trocados.
A desigualdade social provoca essas situações curiosas. Ao contrário do que se pode pensar — e estritamente no que diz respeito a essa espécie de criminalidade —, quem menos dinheiro tem, mais suscetível está a se tornar vítima. Daí que o poder público, se quisesse mesmo promover segurança pública, deveria aplicar medidas protetivas do trabalhador (vigilância ostensiva e eficiente dos entornos de bancos, principalmente em período de pagamento), ajudando assim a evitar momentos de grande aflição para quem já vive com tão pouco.
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