sábado, 10 de março de 2007

Campanha de resgate de Belém (parte 8)

Quando digo que precisamos nos assegurar de que esse tipo que assumiu a cadeira de prefeito em 2004 será dela defenestrado o quanto antes, não é por menos. Todos podem ver, para além das perseguições políticas sempre invocadas nessas horas, que há motivos vários e fortíssimos para isso. Veja-se, inclusive, o tom de desabafo dado à decisão, por um juiz nascido e criado em outra região do país, sem vínculos, amizades ou inimizades com os envolvidos diretos ou indiretos no caso.
O bloqueio de recursos da saúde é sempre uma medida drástica e de implicações incertas. Afinal, a medida judicial é técnica: não foram repassados recursos para as atividades A e B, então bloquearemos recursos para aplicar, especificamente, em A e B. Porém, o dinheiro sai de uma conta na qual estão depositadas verbas para todos os programas municipais, de modo que, se efetivado o bloqueio, pode faltar dinheiro para outras atividades tão ou mais importantes. Em suma, como não se sabe para onde foi o dinheiro que deixou de ser repassado, corre-se o risco de cobrir um santo descobrindo outro. No final das contas, o prejudicado é sempre o mesmo: o povo.
Além disso, tais acontecimentos desgastam a pessoa jurídica de direito público, no caso, o Município de Belém, prejudicando-o no que tange ao recebimento de recursos voluntários, pela União ou pelo Estado, e até mesmo por outros financiadores. Você investiria numa cidade que pode, a qualquer momento, ter suas contas bloqueadas e o dinheiro previsto para finalidades úteis não chegar a seu destino? Esses investidores estrangeiros, interessados em meio ambiente, p. ex., que dão seu dinheiro a fundo perdido apenas porque desejam atuar positivamente em países menos desenvolvidos, terão segurança em investir em nós?
Problemas assim não precisam ocorrer. Eles são decorrência direta de incompetência, improbidade ou, se quiserem, da velha sem vergonhice. Está na hora de acabar com ela.

4 comentários:

Anônimo disse...

Chega de roubalheira. A campanha devia se chamar: ABAIXO DUDU. SALVE BELÉM!!! Mas será que ainda dá tempo?
Lucas Souza

Yúdice Andrade disse...

Caro Lucas, dá tempo. E é exatamente por isso que eu e outras pessoas estamos empenhados em mostrar todas as facetas que provam o descalabro da "gestão" Dudurudú em Belém. Não se trata de interesses políticos pessoais nem de ódios ou preferências, a pessoas ou partidos. Mas de reconhecer que a cidade, se já não ia bem das pernas, ficou muito pior desde que esse malsinado se sentou na cadeira de prefeito para, em seguida, repassá-la a uma fulana que jamais foi eleita e ir viver sua história de amor em Brasília, custeada com o nosso dinheirinho.
Enquanto isso, todas as grandes ações realizadas foram um desastre, vide o Sírio-Libanês e o escândalo das viaturas da SESMA desviadas para a Guarda Municipal. O resto é só promessa (o "Portal da Amazônia" e a passarela em frente ao Castanheira). A única obra é a caótica Duque, nunca terminada. São coisas que se vê: a cidade alagada, os perueiros tomando conta das ruas, os camelôs se apropriando do que resta, o lixo voltando a se acumular por aí. E os velhos problemas de sempre, como a mediocridade do transporte coletivo, a ineficiência dos serviços públicos e o cancelamento de programas importantes.
Temos um ano e meio para evitar que essa fraude permaneça no Palácio Antônio Lemos. Ele, alguém que ele apóie ou qualquer um que, um dia, o tenha apoiado.

Anônimo disse...

Yúdice, lí ontem, na coluna do Bonna, uma nota singela, quase de apoio, ou mesmo comercial: "Em função da pouca demanda, será reduzido para os finais de semana, o transporte público fluvial para Mosqueiro..."
Lembro-me do Dudú vestido de marinheiro, pilotando o barco, afinal de contas para quem já foi taxista, feirante, oftalmologista, advogado, senador, vereador, deputado, prefeito, que mal faz ser marinheiro, para a mamãe ver!assim como para os donos dos ônibus aumentarem a passagem.
E agora, por que só em finais de semana, haverá o barco?
Deve fazer parte de algum plano para safar o verão de baixarias com os onibus urbanos, será?
Ou qual teria sido a razão para reinstalar um barco, sem velocidade, que não compete nem com os onibus latas velhas, nesse sentido?
E... quem paga o barco parado? nóis?
Mais um programa do Dudú que foi para o brejo!prá nóis, pra êle deve ter sobrado alguma coisa...como sempre.

Yúdice Andrade disse...

Também li a nota e senti o mesmo chamego entre o colunista e o sedizente. Penso que a situação exemplifica um problema gravíssimo e nunca resolvido destas paragens: a falta de planejamento.
O vício não é só de poder público. Aqui, abrem-se empresas (especialmente restaurantes) a torto e a direito, sem uma cuidadosa pesquisa de mercado, sobre clientela, preços e localização, dentre outros. Resultado: muitos fecham rapidamente.
O poder público não poderia ser mais eficiente. A tal linha fluvial foi reaberta por supostos interesses turísticos, mas quem vai querer uma viagem longa e pouco confortável, quando pela via terrestre se chega mais rápido e a estrada de Mosqueiro e até simpática? Alem do mais, para quem vai de carro, tem o camarão da cabeceira da ponte.
Não podia dar certo. E, sim, nós pagamos a conta. Você esqueceu que o comandante bicho do mato chegou a quebrar uma garrafa sei lá do que no caso do navio. Mico completo.