quinta-feira, 22 de março de 2007

Réus feios têm mais chances de ser condenados

Não é novidade, mas uma pesquisa realizada pela Universidade de Bath, no Reino Unido, e com resultados apresentados na Conferência Anual da Sociedade Britânica de Psicologia, mostrou que o indivíduo comum fica inconscientemente mais propenso a condenar um acusado de crime se o considera feio. Leia mais.

Agora imagine o resultado desse processo mental quando lembramos que, mundo afora, os crimes são cometidos, na sua ampla maioria, por pessoas pobres e por isso mesmo sem acesso às comodidades que garantem a beleza física. No final, casos em que não haja provas suficientes para uma condenação, se analisados friamente, podem acabar numa condenação porque a aparência do acusado provoca, no julgador, um sentimento íntimo, uma inclinação a acreditar que o mesmo é culpado.

Acautelem-se todos que se envolverem com parceiros violentos, se eles forem bonitos. Suas chances estão reduzidas.

3 comentários:

Citadino Kane disse...

Essa é boa!!!
O "cara" bonito, igual a nós dois... ehehehe... Tendo o curso superior... e dinheiro, muito "money"...
Resultado: impunidade.
Libera meu passaporte, por favor!

Anônimo disse...

Caro Yudice, eu acho que ser feio não é problema. O problema é ser pobre.

Yúdice Andrade disse...

É, Pedro, somos lindos. Nossas mães que disseram.
Márcio, são as duas coisas, porque estão diretamente relacionadas. Por isso em meu texto falo que as pessoas pobres não têm condições de investir na aparência.
A origem disso é biológica, certamente. Não nos damos conta disso, mas o motivo pelo qual nos sentimos atraídos por pessoas bonitas é que elas teoricamente são mais saudáveis e, portanto, mais propensas a gerar uma prole saudável. Como temos uma tendência atávica à perpetuação da espécie, somos impelidos à beleza, não pela beleza em si (que é o que todos imaginam), mas por razões mais profundas.
Daí que o elemento beleza, por si só, tem um peso inconsciente, mesmo que dissociado da pobreza. Porém a pobreza é um complicador. Não é corrente se ouvir que não existe gente feia: o que existe é gente pobre?