Quarta-feira. Desde dezembro último, as quartas-feiras assumiram um significado especial, pois marcam, em meu inexorável relógio íntimo, a virada de uma página. Às quartas-feiras começa uma nova semana gestacional para nossa pequena Júlia.
Como pai em espera, o sentimento predominante ainda é o de assistir a um filme sobre um fato que tivesse tudo a ver comigo, mas que eu acompanho sentado em frente à tela, e não como um ator em pleno palco, encenando com o próprio corpo a história que deva ser contada. Pais entusiasmadíssimos com a paternidade já me alertaram que "a ficha só cai quando o bebê nasce". Já compreendi isso, mas tenho racionalizado coisas demais.
Seja como for, a sensação de que quase nada acontece ficou para trás. A condição gravídica é por demais evidente a um simples olhar. Os movimentos de Júlia são constantes e intensos. Esta semana ela começou a produzir uns curiosos calombos na barriga da mãe, bem localizados, que nos levam a matutar sobre o que estará fazendo. Esticando as pernas? Enfiando a cabeça? Não é possível identificar a parte do corpo que está sendo empurrada contra o abdome.
E o número já impressiona: 29 semanas gestacionais. Faltam apenas 11, se a mocinha não se apressar. Olhando daqui, parece muito tempo (mais de dois meses), porém estou ciente de que é muito pouco. Especialmente considerando a guinada que a p(m)aternidade acarreta. Os nove meses acabam sendo um tempo estreito demais para o tanto que muda.
De acordo com a consulta da última sexta-feira, Júlia continua muito bem, obrigado. A próxima ultrassonografia (em 4D!!) será feita a partir do dia 20, por isso não tenho números pessoais. Todavia, segundo os sítios que visitamos, a indicação é de que ela tenha em torno de 1,250 Kg e 35 cm. Seus sentidos estão bem afinados e o cérebro já assumiu o controle da respiração e da temperatura corporal. A gordura se desenvolve por baixo da pele, garantindo a fofura característica dos bebês, cheios de dobrinhas.
A coisa está acontecendo! Vai crescendo, devagar mas perceptivelmente, o desejo de ter Júlia nos braços. Mas por enquanto com calma, já que estamos ocupadíssimos. Todavia, quando o semestre letivo acabar em fins de junho, a expectativa deverá subir a níveis impressionantes.
Em breve, outras informações.
2 comentários:
Prezado senhor Yúdice, eu gostaria de ler seus comentários sobre este grave problema da Belém atual. O assunto é sério e acho que merece, inclusive, a criação de um tópico específico no seu prestigioso blog.
Leia: http://blogdoespacoaberto.blogspot.com/2008/05/os-mal-boys-nas-comunidade-de.html
Prezado Homem de Ferro, antes de mais nada, parabéns pelo filme. Ainda não vi, mas já me deram boas referências. Quanto ao "prestigioso blog", muito obrigado por me fazer sorrir num dia que me começou estressante.
Atenderei seu pedido, certamente. Já li a postagem do Espaço Aberto, blog que sempre visito, e depois farei como sugerido, dando um passeio sobre as comunidades orkutianas.
Só lhe peço um pouco de paciência, pois estou meio sem tempo. Tentarei escrever a respeito no sábado. Quero antes fazer uma pesquisinha doméstica sobre o surgimento de gangues.
Adianto-lhe, contudo, que sou frontalmente contrário a gangues, seja lá qual for a bandeira que sustentem (se é que sustentam). Há uma enorme diferença entre liberdade de ser e de se manifestar e o que vemos nas ruas.
Assim que eu refletir melhor sobre a questão, escrevo um arbítrio para postar aqui.
Obrigado pela consideração.
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