terça-feira, 27 de maio de 2008

Resgate de peixe-boi

Fui cativado por esta fotografia aí embaixo (créditos para Alexandre Fonseca/Em Tempo/AE):

Reparem na expressão serena da fêmea de peixe-boi, um filhote de 15 quilos, resgatada com ferimentos no Município amazonense de Careiro. Reparem a serenidade do animal. Parece um desenho de Maurício de Souza, que retrata os animais, em seus quadrinhos, com enorme doçura. Mas é uma imagem real.
Naturalmente, não me darei ao desfrute de atribuir sentimentos humanos ao animal. Ela não está grata nem nada assim. Está apenas entregue a uma situação que não depende de sua limitadíssima vontade de peixe-boi. Mas, felizmente, é uma situação favorável ao espécime, sendo de se destacar o valor da preocupação que muitos seres humanos têm, espontaneamente, com a preservação da fauna e da flora. O homem amazônida tem muito destacada essa característica de se importar com os seres vivos. Pergunto-me se o desmatamento seria alguma coisa menor se o nosso Estado não fosse dominado por empresários e fazendeiros vindos de outros pontos do Brasil, sem qualquer ligação histórica, familiar, social ou emocional com a nossa região.
Existem três espécies de peixe-boi: o africano (encontrado no Atlântico, preferindo águas doces costeiras ao continente africano), o marinho (ao longo das Américas) e o da Amazônia (bacias dos rios Amazonas e Orinoco). Por toda parte, estão ameaçados de extinção, em parte pelo temperamento extremamente dócil. São seres em geral solitários e com baixa taxa de fecundidade. E são belos, chegando a viver 50 anos.
PS — Uma dica para a redação de um certo jornal que, há alguns meses, publicou que o pirarucu é um mamífero: o peixe-boi, de fato, é um mamífero. Pode publicar.

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