sexta-feira, 9 de maio de 2008

Ainda as "faixas cidadãs"

No blog Espaço Aberto, foi publicada esta postagem:

Colisões integram o cenário da Nova Duque
Quem trafega com freqüência pela Nova Duque, o tal corredor ecológico do prefeito Duciomar Costa, já se habituou a contar quantas vezes, por semana, tem visto pequenos – felizmente – acidentes às proximidades das faixas de preferência para pedestres.
Os acidentes nesses trechos têm ocorrido quase um dia sim, outro também. É que os motoristas que vão à frente não se acostumaram ainda a olhar de longe se tem pedestre querendo atravessar. Como notam quase em cima da faixa, é automático frearem bruscamente. E quem vem por trás acaba colidindo com a traseira do carro da frente.
E o pior: nessas faixas preferenciais, o que tem de cicilista atravessando de um lado para o outro, pedalando suas bicicletas, não está no gibi. E os ciclistas atravessam a faixa olhando com um ar de desdém para os motoristas que estão a esperá-lo completar a travessia.
A questão é? Por que parar nas faixas de segurança para ciclistas atravessarem? As faixas são para pedestres. Ciciclistas que passam de um lado para o outro montados em suas bicicletas são pedestres?


Deixei lá este comentário:

Na verdade, a expressão "faixa da pedestre" não deve ser entendida tão ao pé da letra, como uma área de segurança unicamente para quem anda a pé. Que diferença faz se o ciclista está pedalando ou passa a pé, empurrando a bicicleta? Preciosismo sem sentido.
Na verdade, deveríamos falar em "faixa de travessia", para qualquer pessoa que não esteja a bordo de veículos automotores.
O art. 29, § 2º, do Código de Trânsito dispõe que "Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres."
Honestamente, não consigo compreender tanto ódio em relação às "faixas cidadãs". Sou motorista e só passo pela Duque de carro, o que faz de mim um dos supostos prejudicados. Mas considero uma medida altamente salutar forçar os motoristas de Belém — verdadeiros psicopatas — a mudar seus hábitos, a ter um mínimo de cidadania. Se a boa educação não é espontânea, deve ser ensinada. Já estive em cidades em que o respeito ao pedestre era natural e, na condição de pedestre, senti-me muito bem com isso.
Até hoje, não vi uma só manifestação contrária às "faixas cidadãs" que não fosse baseada no velho e famigerado individualismo, que tantos males traz ao mundo, em que pese, por vezes, se tentar mascarar esse sentimento por meio de argumentos pretensamente técnicos.
Não digo que seja o seu caso, mas julguei oportuna esta ponderação.


Agora é aguardar o povo me jogando pedras.

3 comentários:

Aldrin Leal disse...

E eu já falei: Multa o Pedestre e o Ciclista, que o código permite.

Pronto, podem jogar pedra em mim.

(p/S: Na hora de mirarem: Sou o meio careca do cabelo encaracolado baixinho, hehe)

Yúdice Andrade disse...

Se jogarem pedras, Aldrin, será em nós dois. Felizmente, lá no Espaço Aberto minhas palavras foram bem recebidas.

Polyana disse...

Todas as faixas deveriam ser "cidadãs". Afinal, a preferência é do pedestre (ciclista, enfim, do veículo menor). Quem sabe um dia Belém chegue lá. Com um povo mais educado, talvez a cidade esteja pronta para se chamar de cidade turística.