Fadiga e dormência no braço levaram minha mãe a uma consulta cardiológica e, há algumas semanas, a uma cintilografia do miocárdio, exame que detectou áreas isquêmicas reclamando correção. A indicação terapêutica é o cateterismo.
O procedimento em questão é considerado simples e será realizado em local devidamente preparado, por profissionais respeitáveis. Além disso, d. Jacimar está em boas condições de saúde. Mas para nós, que somos leigos e família, como é óbvio, sempre fica toda uma gama de preocupações. Por isso, na tarde de hoje incomodei o querido amigo Carlos Barretto, que me tranquilizou, ao mesmo tempo que respondeu como honestidade à pergunta que lhe fiz: o que devemos temer?
A resposta: O diagnóstico.
Explico: a lesão pode ser pequena o suficiente para ser completamente resolvida com o cateterismo. Ou pode ser do tipo que exigirá uma angioplastia. Neste caso, o procedimento cresce e será preciso instalar o famoso stent. Surge, daí, um novo questionamento, que neste instante não estou apto a responder: terá o plano de saúde autorizado o procedimento na íntegra, inclusive eventual angioplastia, ou serão os médicos obrigados a encerrar a intervenção sem resolver nada, colocando nossa mãe nas mãos dos burocratas para, posteriormente, começar tudo de novo?
Esta segunda hipótese, capitalista e desumana (aliás, os dois termos não são sinônimos?), implica em submeter o paciente a um procedimento médico invasivo (ainda que leve) inútil, para depois lhe permitir o idôneo e definitivo. Nesse meio tempo, ele que lide com todas as implicações, inclusive com seus medos pessoais. E medo é algo que minha mãe sente em excesso, de tudo.
Ao raiar desta segunda-feira, estarei de terno, gravata e conhecimentos jurídicos em frente à equipe, pedindo esclarecimentos. Até porque minha mãe sofre de insuficiência renal e não pode usar contraste comum, o que me obriga a me certificar de que eles usarão o produto adequado, que é mais caro. Sempre as restrições impostas pelos planos de saúde...
Sabendo a mãe que tenho, agradeço por todas as boas vibrações que os amigos puderem nos enviar nesta segunda-feira.
Uma boa semana para todos.
4 comentários:
Professor, realmente quando os pais adoecem nos transformamos em "pais dos pais" e ficamos com o coração cheio de preocupação e a mente confusa com tantas dúvidas, porque afinal de contas, ainda somos filhos. Eu tenho lido seu blog a um tempinho, porem resolvi comentar nesse post por uma razão pessoal. Meu pai já passou por um cateterismo, de modo que precisou posteriormente realizar uma angioplastia e colocar um stent e todas essas questões burócráticas e capitalistas foram vividas por mim. É revoltante termos que nos preocupar com isso durante todo o nervosismo de um problema de saúde na família. Mas independente de qualquer coisa desejo que tudo corra bem com a d. Jacimar, assim como ficou tudo bem com meu pai.
Meu beijo e boas vibrações sempre.
Maíra Barros de Souza
Com certeza estou enviando à sua mãe toda minha energia positiva!!!
As pessoas sempre acham que saúde é o bem mais precioso do mundo.
Eu coloco a saúde em segundo lugar. Para mim, o bem mais precioso do mundo, é a família.
Se você tiver saúde no meio de uma família desequilibrada, que não se ama, não se respeita, não adianta nada.
Agora se você tiver uma doença terminal, e for para o seio de uma família amorosa, compreensiva, que se respeita; seus últimos dias serão melhores.
Que bom saber que andas por aqui, Maíra. Melhor ainda é saber que nossos velhos continuam aí, firmes e fortes, para nos dar muito trabalho!
Agradecemos pela energia, Ana. Ela foi bem sucedida. Os próximos tempos serão para aproveitar muito mais a família.
Professor, fiquei ausente no fim de semana e só vi a postagem agora. Não pude mandar minhas boas vibrações, mas pessoas de bem sempre as tem de sobra. Bom saber que correu tudo bem.
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