Sempre achei que comer em shopping era um negócio meio deprimente, consequência de, aqui em Belém, não termos boas opções. Em outras cidades a realidade é outra. Mesmo ali em São Luís, cidade de shoppings de um único pavimento, podia-se encontrar num deles um estabelecimento de culinária árabe muito bom e, sem dúvida, bem melhor do que os restaurantes da cidade, em sua média sofríveis (parece que melhorou um pouco nos últimos anos, mas não vou lá desde abril de 2009).
Quando o Boulevard Shopping inaugurou, com sua praça de alimentação nem tão grande, veio com umas operações meia-boca. Algumas das quais até já fecharam; outras resistem. Uma que se destacou positivamente foi o Maotai, de cozinha oriental. Minha esposa adora sushi e se encantou pelo local. Júlia até hoje gosta de comer lá. Quando íamos, eu e Polyana sempre comentávamos que a qualidade ia cair, mais cedo ou mais tarde. Não deu outra. Quando o mesmo grupo abriu o Tokai, ficou claro que este segundo ficaria com as iguarias mais sofisticadas. A qualidade dos sushis no Maotai (principalmente o de farofa de couve) foi prejudicada, em favor do concorrente mais caro.
Recentemente, o Tokai deixou de ser quiosque para funcionar numa loja e, com isso, passou a servir buffet. O cardápio é muito parecido com o do irmão, mas a maior sofisticação é perceptível. A começar pela variedade e qualidade dos sushis. Polyana ficou encantada ontem. E aproveitou. Já quer voltar porque, sabe como é... Não achamos que aquela fartura, aquela farofinha de couve transbordante, aquele salmão frequíssimo vão durar para sempre. Coisas de Belém do Pará. Será ótimo se estivermos errados, mas por via das dúvidas...
Aliás, é o caso de perguntar: com a abertura do novo Tokai, o padrão do Maotai foi mantido? Como os donos pretendem evitar a autofagia?
PS — E você? Pode nos citar outros exemplos de estabelecimentos que começaram ótimos mas depois decepcionaram seus fãs? Já tenho dois itens para mencionar, mas aguardarei outras respostas.
5 comentários:
O Moviecom chegou em Belém com um padrão de qualidade muito superior aos que o Severiano Ribeiro e o Cineart (acho que era esse o nome dos Cinemas 1-2-3) disponibilizavam.
Rapidamente levaram os dois a fecharem as portas.
Não demorou muito para a qualidade do som ficar péssima, a desligarem o ar condicionado muito antes da ultima sessão terminar etc.
Estamos mais ou menos vendo o mesmo filme (trocadilho intencional) com a chegada do Cinépolis.
É verdade, André. Mas tenho saudade dos cinemas de minha infância e adolescência (sim, o nome era CineArt). Era aquela coisa do "pobre mas limpinho". Pobre em termos, claro, porque o Palácio e o Olympia eram primores. Era um tempo de menores exigências, porém maior honestidade na oferta. Eu me sentia confortável neles. Depois surgiram os supercinemas. Contentar um público mais exigente é bem mais difícil.
E vieram as empresas de fora, com o compromisso de ganhar dinheiro. Somando a voracidade com a submissão do paraense médio, o resultado não é nada bom.
Yúdice, a verdade é que aqui em Belém, a rotina é essa...Quando um restaurante é ótimo, logo aparece "o filhote" e a qualidade de ambos fica comprometida. E isso se vê nos grandes e pequenos negócios... Para ficar no Boulevard, o Bonaparte é um exemplo. Começou bem, com uma comida sem pretensões mas honesta. Depois ficou ruim, as doses diminuíram, a qualidade dos ingredientes idem. O filé virou uma sola, de tão fino e ressecado.
Uma pena, mas (infelizmente) muito comum.
Um abraço, adoro o teu arbítrio!
Que tal o Capone, na Estação das Docas? O filhote de lá era maravilhoso (quase sempre repetia o pedido), assim como outros pratos que eventualmente eu comia, mas nas últimas vezes em que fui, separadamente do meu pai (que também verificou a perda de sabor), a qualidade havia despencado.
Abs, Yúdice.
A primeira vez que comi no Bonaparte, detestei, porque me serviram uma casquinha de salmão em vez do filé do peixe. Coisa feia, mesmo. Passei muito tempo sem coragem de voltar lá. Acabei voltando e não tive outros problemas. Mas é apenas aquela comida razoável, sem nada de especial.
Muito obrigado pela atenção carinhosa ao blog.
Vítor, de modo parecido ao que acabei de escrever, na primeira vez que visitei o Capone da Estação, que depois se tornou o único, todos os pratos pedidos pela minha mesa (éramos um grupo de dez, mais ou menos), exceto pizza, vieram ruins. Muito ruins. Levei anos para pisar lá de novo e, até hoje, nunca é minha primeira opção.
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