terça-feira, 9 de agosto de 2011

Exemplo de civilidade

Justamente no dia em que decido chegar mais cedo ao CESUPA, para evitar a palhaçada da fila dupla na mudança dos turnos, acabei me deparando com um absurdo ainda maior. Uma Pajero TR4 estava parada parcialmente sobre a calçada, exatamente na frente da rampa do estacionamento, bloqueando a passagem. O indefectível pisca-alerta ligado indicava que o degenerado ao volante se sentia legitimado a ficar ali. Eis que a porta do motorista se abriu e saltou uma criatura.
"Ei, isto é uma garagem!", gritei. Fingiu não me escutar e entrou no prédio! Entenderam? Bloqueou o estacionamento, saltou do carro e entrou no prédio. Nisso um colega de docência chegou, parando atrás de mim. Uma fila rapidamente se formou. Chamamos o funcionário responsável pelo portão e ele nos disse que o sujeito do carro alegara sua idade para não poder parar em fila dupla, de modo que ele ia parar ali onde estava.
Em primeiro lugar, que eu saiba, ninguém pode parar em fila dupla, independentemente da idade. E se uma sandice dessas fosse verdadeira, a solução seria bloquear um estacionamento, trancar carros e gerar um pequeno congestionamento?
A motorista retornou e recebeu os nossos protestos. Aborrecida, disse que tiraria o carro (como se fosse uma deferência conosco!). Mas se sentou, puxou um celular e ficou falando. A essa altura, minha pressão já estava borbulhante. Eu e meu colega chamamos o funcionário e dissemos que ele abrisse o portão e permitisse que a criatura entrasse no estacionamento, viabilizando que pudéssemos, ao menos, chegar ao nosso local de trabalho. Foi o que aconteceu.
Quando finalmente estacionei, percebi que uma informação passada pelo funcionário, que eu não levara a sério, era verdade: no banco do carona estava o ex-governador Almir Gabriel. Fora ele que criara aquela situação. Quem acompanha o blog de longa data conhece a minha simpatia pela personalidade em apreço mas, independentemente disso, o que mais me revolta e sempre me revoltou, como inúmeras postagens aqui no blog revelam, é a falta de civilidade.
Entrei na sala da administradora do prédio e exigi providências. O colega me acompanhava. Pouco depois conversei com o coordenador do curso. Sinceramente, espero que medidas sejam tomadas para coibir a incapacidade que as pessoas têm, nesta cidade, de se comportar como membros de uma sociedade.
Gente que só consegue ver o próprio umbigo bem merecia ser sugado por ele e desaparecer. Como se pode ver, passadas mais de seis horas, minha indignação ainda não passou.

5 comentários:

André Carim disse...

Quando a gente acha que já viu de tudo...

Anônimo disse...

Yúdice, a situação foi um absurda, e pena que não é isolada, mas se repete a cada dia. Mas o mais triste neste caso é o nosso ex governador da social democracia, deixando claro que nada entende de social democracia, muito menos de educação.
Abraço,
Bruno Brasil.

caio disse...

Putz, acabei de comentar naquele post do prefeito lituano. Imagino se o Duciomar fosse procurar imitá-lo aqui... e começasse, sem saber de quem se tratava, justamente pelo carro desse senhor. Hehehehe

Yúdice Andrade disse...

André, nós até pensamos, mas a verdade é que nunca vimos de tudo.

O perfil do personagem sempre foi decantado em verso e prosa como péssimo, Bruno. É de se lamentar que a sabedoria e serenidade que a experiência e a idade costumam trazer não tenham vindo, no caso concreto.
Pior é pensar que, se o cidadão ainda fosse governador, eu poderia estar na cadeia uma hora dessas.

Seria magnífico, Caio. Inclusive porque é graças a Almir Gabriel e a sua então corriola do PSDB-DEM que essa praga se tornou prefeito e enfiou nossa cidade na merda. Na verdade, se houvesse justiça no mundo, o grupo todo deveria ficar sob as esteiras do trator.

Luiza Montenegro Duarte disse...

Sério, meu sangue ferve só de ler uma coisa dessas! Aposto o que quiserem que essas pessoas, se perguntadas, vão se inserir na parte "educada" da cidade. Porque em Belém é assim: todo mundo reclama que o povo é mal educado, o que me faz presumir que todos se consideram civilizados.