quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Pelo visto

A julgar pelas manifestações através do Facebook, desta vez a imprensa não emplacou a sua versão dos fatos, no caso da morte dos bebês gêmeos, na Santa Casa de Misericórdia. A técnica de demonização pública aparentemente não funcionou em relação à obstetra Cynthia. Não falta solidariedade à família enlutada nem indignação quanto à crônica omissão estatal no campo da saúde. Mas o pré-julgamento da profissional não foi bem assimilado. Os adjetivos dedicados à imprensa local não são lá muito lisonjeiros.

4 comentários:

Frederico Guerreiro disse...

O pré-julgamento da médica não foi bem-assimilado não, amigo. Até escrevi a respeito das causas disso lá n'O Intimorato.

Scylla Lage Neto disse...

Yúdice, acho que a imprensa logrou sucesso sim, mas restrito apenas à grande camada suscetível às suas garras.
Dentre os formadores de opinião, os "perdedores" foram o governo, especialmente na figura do secretário de saúde, que foi muito infeliz em sua tentativa preciptada de manutenção do cargo, e a própria mídia local, cujo crédito negativo atinge agora valores inimagináveis.
Na verdade, todos perdemos neste episódio lamentável.
Infelizmente a pizzaria trabalhará de novo, em regime de plantão.
Um abraço.

Maria Cristina Maneschy disse...

Yúdice,
De qualquer modo foram contundentes as falas dos bombeiros quanto à falta de um exame rápido para atestar da urgência do caso. Abs.

Yúdice Andrade disse...

Já vi lá, meu amigo.

Quando escrevi o texto, Scylla, percebi esse aspecto, mas não quis ampliar a postagem. No entanto, sou obrigado a reconhecer que, para as amplas camadas da população que não têm acesso a bons serviços de saúde, nenhuma outra explicação que não o descaso e omissão de socorro será admitida. E se não punirem exemplarmente até o porteiro do dia, dirão que houve corporativismo, impunidade, indecência.
É pena.

Essa é a parte, Maria Cristina, em que se torna difícil afastar a omissão de socorro. Mesmo que as crianças já estivessem mortas, haveria omissão em relação à mãe. Resta saber a quem imputar o delito.