Minha filha nasceu em 23 de julho de 2008. Dezoito dias depois foi o meu primeiro dia dos pais. Naturalmente, as homenagens vieram de meus parentes e amigos, particularmente de minha esposa, ainda muito imersa naquele deslumbramento inicial de ter o próprio filho. Ela fez questão de me dar um presente, que foi comprado por minha mãe, já que Polyana ainda se recuperava na indesejada cesariana e vinha tendo muitas dificuldades com a amamentação.
No ano seguinte, Júlia ainda não se comunicava verbalmente e, no máximo, reagia às manifestações dos adultos. Em 2010, com dois anos completos, ela já tinha consciência da "data especial" e fazia as festinhas que a mãe lhe induzia a fazer para mim.
Desta vez, entrou em cena um fator diferencial da maior importância: a escola. Após um pouco mais de cinco meses de vida pré-escolar (abstraído o mês de férias, é claro), Júlia já apresenta habilidades e atitudes bem diferentes e orientadas. Hoje foi o dia da homenagem aos pais do ciclo a que ela pertence. Imagine aquele bando de pequerruchos entre dois e três anos, que teve apenas quatro dias para ensaiar uma cançãozinha! Nesta fase, muitas crianças simplesmente não conseguem cumprir o comando e apenas olham em volta, curiosas. Algumas choram e outras ficam tolinhas, por estarem perto dos pais. Em maio, para a homenagem às mães, Júlia foi uma das que apenas olhou para o lado. Hoje, ela cantou uma pequena parte do tempo da apresentação, mas ainda parecia dispersa, ou talvez sem saber lidar com um grupo grande de adultos olhando em sua direção. No entanto, bateu palmas, comemorou e tomou a iniciativa de vir para o meu colo e me dar muitos beijos seguidos.
Depois disso, ficou manhosa e não queria que fôssemos embora. Foi preciso um pouco de paciência e a intervenção positiva da professora. E tudo terminou bem.
Curiosa a sensação de "meu Deus, agora sou pai homenageado na escola!" O tempo está passando, de modo muito mais perceptível. Mas isso não é ruim. E às vezes pode ser até bom demais.
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