domingo, 2 de dezembro de 2007

As mediocridades de sempre

Como vocês devem ter visto no Jabá fraterno, aí ao lado, a companhia teatral de meu irmão apresentou o seu espetáculo, O glorioso auto do nascimento do Cristo-Rei, hoje, na Estação das Docas. Pois bem, mudou o governo, mas a esculhambação continua a mesma. Quando a companhia chegou à Estação, numa van repleta de equipamentos musicais e adereços, simplesmente ninguém sabia onde seria a apresentação. Típico de uma terra onde a cultura não merece carinho.
Mas os problemas foram resolvidos e a apresentação deveria acontecer na área externa, onde se aguarda o embarque no navio — onde ocorrem espetáculos com enorme frequência. E foi aí que aconteceu. Alguém, falando em nome da Valeverde Turismo (proprietário ou gerente, não sei), tentou impedir a companhia de se instalar no local, porque a bagunça impedia o funcionamento de sua loja. Alegou que mal podia falar ao telefone quando essas bagunças aconteciam.
O fato é que o espetáculo ocorreu como devia. Todavia, o indignado capitalista filmou e fotografou tudo, provavelmente preparando as medidas que tomará, contra Deus e o mundo, devido aos prejuízos que entende ter sofrido. Meu irmão confirmou com um amigo, ligado à In Bust Teatro com Bonecos, que as reclamações do sujeito acontecem também com eles.
Quem não reconhece o valor da cultura merece pena. Entretanto, um microbiozinho desses deveria, ao menos, lembrar-se que ele paga para ocupar um espaço que é público, como pública é a política cultural da Estação, que marcou para hoje a apresentação do auto. Portanto, gostando ou não, ele tem que se calar ou se matar, o que preferir. Mas ele se acha o senhor da razão e, como de praxe, faz sua a coisa que é pública. Como se a tivesse construído com o seu dinheiro ou como se o espetáculo tivesse ocorrido dentro da loja.
Ao inferno com essa gente medíocre! Que nunca faltem os espetáculos bacanas que ocorrem nas tardes de domingo na Estação das Docas.

5 comentários:

Anônimo disse...

Parece que aquelas palavras do antigos tiranos ainda velem: dividir para conquistar. E a gent esabe bem onde estão todos esses antigos impérios!
Se o referido senhor, ao invés de esbravejar, usasse aquele momento em que a área se encheu de gente à espera do espetáculo (e aí, não quando ele começasse, que fique claro!) para divulgar seu trabalho, sua loja, suas viagens, teria lucrado muito mais, se estressado muito menos e estaria mais feliz agora. Que o diga o pipoqueiro, do qual eu nem reclamo porque, afinal, o Glorioso é pra rua e na rua tem dessas coisas!
No final, a confirmação: um funcionário da loja tentava, com panfletinhos, convencer meia dúzia de seis pessoas a usar os seus serviços.
Qual o resultado se isso tivesse sido feito apenas 50 minutos atrás?!

Edyr Augusto Proença disse...

Apoiado
Abs

Yúdice Andrade disse...

A mentalidade tacanha impede que o protozoário faça esse tipo de raciocínio, mesmo sendo benéfico a ele mesmo.

É, Edyr. Sabes bem como funcionam essas coisas.

Fábio Cavalcante disse...

Rídículo! Coisa típica de boçal! A administração da Estação deveria obrigar essa besta a se desculpar do grupo teatral.
Eu já vi vários espetáculos naquele espaço e o volume de som não era nada que chegasse a agredir. Volume agressivo é o daquele barco (por sinal, da Valeverde) buzinando um monte de vezes, sempre que vai sair.

E esse animal ainda trabalha numa empresa de turismo!! Caracas!

Yúdice Andrade disse...

Sempre tive a impressão, Fábio, que a OS Pará 2000, administradora da Estação, nunca teve o mesmo pulso das administradoras de shopping centers. Nestes, abriu um minuto mais tarde, tome-lhe multa. Claro que há distorções, por conta do interesse financeiro das administradoras. Mas não devemos ir tanto ao mar ou tanto à terra. Deixar frouxo também não pode.
Concordo contigo: a Pará 2000 devia, no mínimo, exigir do boçal que respeite as decisões por ela tomadas, no que tange às atividades a serem desenvolvidas naquele espaço. Ou caia fora, se está tão incomodado.
E, sim, a buzina do barco é irritante.