Sem meias palavras, que vá à merda quem defende a irreverência e o desmazelo da juventude como coisa passageira, necessidade de brincar que passará com os anos e a maturidade. Por isso, meus parabéns eufóricos ao reitor da Universidade Estadual de Londrina que determinou a abertura de procedimento disciplinar contra 14 moleques travestidos de estudantes de Medicina, que invadiram o pronto-socorro do hospital universitário e promoveram uma farra, com direito a bebidas e ao estouro de um rojão. Uma primeira penalidade veio de imediato: os animadinhos não poderão colar grau hoje, como estava previsto, além de estarem até segunda ordem impedidos de se inscrever para residências.
Se um concluinte de Medicina consegue transformar o espaço de um hospital numa zona, em total desprezo às pessoas doentes e aflitas que ali concorrem em busca de atendimento gratuito, que espécie de profissional ele pode ser? Ou ele acha que todos devemos baixar a cabeça para a sua necessidade de diversão? Ou ele vai reclamar dos fumados que acharam de, com seus achaques, atrapalhar a apoteose da festa?
Confesso que fico num dilema. Penso, a princípio, que a expulsão seria uma pena justa. Depois penso que seria desproporcional, excessiva, pois sei que tem gente que não presta e tem gente que não pensa. E há os que reúnem as duas características. Fazer alguém perder seis anos de investimento assim poderia ser demais. Mas se algum paciente tivesse saído lesionado dessa história (agravamento do quadro, p. ex.), eu opinaria pela expulsão, mesmo que o dano fosse culposo.
Espero, enfim, que a universidade segure as pontas do que começou e, pelo menos, atrase em alguns meses a formatura desses meliantes. Será uma boa lição. E espero, ainda, que nenhum juiz cheio dos discursos e rapapés sobre direito disso e daquilo não bote um diploma na mão dessa gente e aplique uma punição sobre a instituição de ensino. Se o fizer, tomara que, na primeira oportunidade, ele caia no consultório justamente de um desses valorosos profissionais do rojão.
Ou então a mãe do juiz. Seria legal, não, doutor?
2 comentários:
A questão em si não é a diversão e sim a maneira desproporcional como foi feita.
Comemorar? Ótimo!!! Até [i]encher a cara[/i], sem problemas, entretanto que o faça em um local onde somente eles poderão se prejudicados.
Talvez muitos destes sejam até ótimos profissionais, entretanto exageraram, extrapolaram. Acredito que adiando a formatura é uma boa forma de punição, não mais que isto, concordando contigo que seria desproporcional a expulsão pura e simples.
Abraços Primo
Estou curioso para saber o que os bonitões alegariam em juízo, se fossem à frente nesse projeto. Aí sim teríamos farto material para abarrotar os blogs mundo afora.
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