A julgar pelas denúncias de superfaturamento da obra, o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, poderia levar outro tombo, bem mais sério, devido à Cidade da Música, além do que levou ontem, fisicamente, por ocasião de um concerto inaugural.
Até o momento, já foram gastos 518,4 milhões de reais — dinheiro do Município — na obra, muito além do originalmente previsto e sequer se chegou ao final. Acredita-se que para a conclusão dos trabalhos sejam necessários outros 40 milhões.
Nada contra o projeto em si (*). Nada contra o seu tamanho e a sua pompa — a ponto de o espaço ter sido projetado por Christian de Portzamparc, responsável por projeto análogo em Paris e com outras obras de vulto no currículo. Criticamos inúmeras vezes o descaso dos governos com a cultura. Portanto, não é esse o problema. O problema é gastar-se tanto quando a cidade ainda enfrenta mazelas típicas do terceiro-mundo-caindo-para-o-quarto. Cria-se, assim, um monumento ao luxo, em cujas calçadas dormirão os mendigos e as crianças abandonadas.
Por fim, também é um grande problema que a obra esteja imersa em denúncias de ladroagem, o que neste país não é nenhuma novidade. Afinal, é nas obras que a tchurma se locupleta. Principalmente naquelas que começam custando x e terminam custando muitas vezes essa letra.
Que bom que isso não acontece no Pará...
(*) Clique aqui para conhecer informações sobre o projeto, segundo a prefeitura do Rio de Janeiro.
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