Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!
Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos!
Os dias são outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...
Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!...
Nesta noite sem assunto, em que a Internet fala de vidas perdidas absurdamente, aqui em Belém ou em Santo André, paira no ar uma tristeza, uma saudade, uma nostalgia.
Não procurarei o que dizer. Apenas surrupio os sentimentos de Florbela Espanca e com eles lhes desejo boa noite e um bom domingo.
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