Não tem para ninguém. A CTBel continua disparada na frente, no quesito cartas de cidadãos comuns publicadas nos jornais da cidade contra os péssimos serviços municipais.
No Diário do Pará de hoje, uma funcionária pública que trabalha na Escola de Governo, na Almirante Barroso, narra sua via crucis diária para chegar ao local de trabalho ou dele sair, passando pela Júlio César, pela Praça São Cristóvão e pelo Entroncamento. E pergunta quem multa a CTBel pelas trapalhadas que faz, assim como quem multa o I Comando Aéreo Regional da Aeronáutica (COMAR), por colocar seus milicos na rua atrapalhando ainda mais o trânsito, já que sua função é apenas favorecer os carros que entrarão naquela unidade militar.
Dou inteira razão a d. Venize Rodrigues e lamento que não tenha sido publicado o seu e-mail, para que eu pudesse me solidarizar. Fica o meu registro, aqui no blog.
Sobre as imbecilidades que os militares fazem no trânsito — afinal, não receberam nenhum treinamento para isso —, publiquei esta postagem há quase três meses. Nela, destaco que essa prática, a meu ver, tem até natureza criminosa, pois constitui usurpação de função pública. Contudo, esse não é um delito que costume render, ainda mais se o prejudicado é apenas o cidadão comum.
Quanto à Praça São Cristóvão — que, na verdade, não é uma rotatória —, a instalação do Tribunal de Justiça do Estado na Almirante Barroso, há dois anos, tornou uma novela. Primeiro porque a retirada da passarela levou à instalação daquele ridículo sinal a uns poucos metros depois do outro. Quem vem pela Júlio César espera horrores para o sinal abrir e, quando abre, cai direto num sinal fechado. Logicamente, forma-se um inevitável engarrafamento diário. O problema foi um pouco minorado quando os gualdinhas da CTBel decidiram permitir que os veículos que fazem o retorno na Praça São Cristóvão entrassem direto na Almirante Barroso. A partir daí, começou a esquizofrenia. Tem dias que o gualda deixa, tem dias que não. Tem dias que o retorno ali onde fica o picolé da CTBel(*) está aberto, tem dias que está fechado, obrigando os motoristas a fazer o retorno muito adiante, passando o Colégio Rego Barros.
Naturalmente, os espertalhões decidem fazer o retorno em frente ao I COMAR, onde é proibido. Ou seja, cometem infração de trânsito, dificultam a fluidez do tráfego e, mesmo estando tão próximos do ponto de fiscalização da CTBel (dá para enxergar a balbúrdia), não sofrem nenhuma fiscalização. E para piorar, vêm os milicos proteger os seus interesses, mas não coíbem o retorno ilegal. Ou seja, não ajudam em nada. Só atrapalham.
É impressionante como a idiotice grassa na cidade. Parece que essas coisas são feitas de propósito, pois é difícil conceber que alguém possa ser tão estúpido assim culposamente. Mesmo sem obras físicas, que são necessárias em muitos pontos da cidade, a angústia das pessoas poderia ser reduzida com uma fiscalização inteligente — mas isso seria pedir demais, presumo. E não ajudaria a fabricar multas.
Lembremos, por fim, que esse caos não afeta apenas os motoristas. Esta não é uma causa elitista. O problema é também das milhares de pessoas que viajam de ônibus e, nos engarrafamentos, sofrem muito mais do que o sujeito que está no seu próprio automóvel, de ar condicionado ligado e escutando uma música relaxante. O problema é dos pedestres, que precisam atravessar ruas com motoristas enlouquecidos depois de ficar tanto tempo retidos, buscando a menor possibilidade de arrancar. E o problema é de todos, já que engarrafamentos concentram a emissão de monóxido de carbono nos pontos da cidade em que ocorrem, prejudicando a qualidade do ar. Se isso acontecesse todo dia, temos de fato um dano ambiental.
Mas quem se importa?
(*) "Picolé da CTBel" foi como designei umas guaritas horrorosas instaladas em alguns pontos da cidade, que realmente pareciam muito picolés e cuja inutilidade fez com que logo deixassem de ser utilizadas. Emporcalharam a paisagem por algum tempo até serem definitivamente retiradas. Puro desperdício de dinheiro público. Como caíram rapidamente no esquecimento, optei por fazer esta nota explicativa em 14.1.2012.
2 comentários:
Hoje um 'gualdinha' da CTBEL supostamente me multou naquele indigesto cruzamento da Alm. Barroso com a Júlio César, me pareceu pelo motivo de eu ter ultrapassado uma carreta pela esquerda. Pior: ele estava escondido atrás de uma árvore do canteiro central.
Essa gente não presta, Yúdice!
Ultrapassado pela esquerda? Esse não seria o correto? Acho que preciso estudar o Código de Trânsito de novo.
De fato, Fred. Temos motivos para pensar assim. De sobra.
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