terça-feira, 1 de setembro de 2009

Blog institucional

Após muitas tentativas infrutíferas (provável combinação entre serviço de provedor de Internet ruim e excessivo número de acessos), consegui finalmente acessar o Blog do Planalto, que cumpre a função de ser o blog do Lula. Quando Barack Obama entrou para a blogosfera, comentei aqui, então tinha que escrever algo sobre a incursão brasileira.
Muito adequado o nome escolhido porque, de fato, o blog nada mais é do que uma página institucional, uma verdadeira página do governo (inclusive a logo da Presidência da República está lá, no canto superior esquerdo), com publicidade institucional pura e simples daquele tipo de publicidade institucional que se faz no Brasil, ou seja, gasto de dinheiro público para promoção pessoal do governante de plantão.
O presidente não escreve nada (portanto, a página é mantida por uma equipe de comunicação), não existe interação de nenhuma espécie (provavelmente, a razão de ser de qualquer blog) e, apesar da presença de elementos característicos de blogs (marcadores, lista de links mais acessados, enquete, etc.), o conteúdo é o mesmo que poderíamos encontrar em qualquer página institucional, com aquele ar de alegre ufanismo sempre presente nos discursos governamentais.
Enfim, não gostei. E ainda por cima os simpáticos que redigem os textos tiveram a ideia ridícula de escrever palavras substituindo a vogal "o" por arroba, quando se dirige ao público: "A equipe do Blog do Planalto vai acompanhar de perto os eventos, atos e a agenda do Presidente para que você, seus amig@s, familiares e companheir@s de navegação na internet possam compreender melhor as ações, programas e políticas do governo."
Dá a sensação de que o blog é escrito por emos. Pelo menos o miguxe ainda não chegou por lá.
Que pena.

2 comentários:

Francisco Rocha Junior disse...

Yúdice,
Achei hilária a história do miguxês. Mas o pior é que não foi escrito por emos, mas pela mesma espécie imbecilóide que pretende modificar a gramática portuguesa com elementos ideológicos ridículos.
Desculpa minha virulência, que não é do meu feitio. É que acho o fim da picada esse negócio de "todos e todas". Simplesmente ridículo. Muito me admira uma página institucional do governo avalizar esta ignorância.
Abraço.

Yúdice Andrade disse...

Nem reparei nesse detalhes que mencionas, Francisco. Mas concordo contigo. Essa baboseira é mais um desatino dos que, declaradamente, pretendem promover a igualdade entre homens e mulheres. A meu ver, não agir com naturalidade em certas situações mais reforça do que atenua o preconceito, se for o caso de haver preconceito.
O processo de formação da língua é histórico e dependente de inúmeros fatores, um dos quais pode ter sido, sem dúvida, a condição inferiorizada em que a mulher foi posta. Mas daí a querer mudar o idioma para atender a um capricho, vai uma longa distância.