Quando passei pela frente da Seccional Urbana de São Brás, pouco após as 23 horas de ontem, um ônibus (pertencente a empresa particular) estava atravessado na pista da Av. Magalhães Barata, obstruindo duas faixas de rolagem. Sua traseira estava na rampa de acesso ao prédio. Havia policiais em redor.
O noticiário hoje esclarece que as autoridades de segurança pública do Estado promoveram a transferência de um total de 200 presos, que se encontravam nas seccionais de Icoaraci, Cremação, Marambaia, São Brás e Cidade Nova, para celas recentemente construídas no Centro de Recuperação de Americano I (Santa Izabel do Pará) e no Presídio Estadual Metropolitano I (Marituba). A operação foi realizada no começo da madrugada, sob forte aparato policial, como tem que ser (podiam ter utilizado ônibus menos vulneráveis).
As delegacias de polícia, nos termos da lei, são espaços destinados a abrigar provisoriamente presos, enquanto se realizam os procedimentos cabíveis (interrogatórios, perícias, comunicações, etc.). Superada essa etapa, os presos devem ser mandados às casas penais propriamente ditas. Só o descalabro brasileiro é que explica terem as delegacias e seccionais se transformado numa espécie de presídio alternativo, sem que possuam a menor infraestrutura para essa função, o que tantas tragédias acarretou.
Corretas as autoridades paraenses em ampliar as vagas no sistema penitenciário e regularizar a situação dos presos, especificamente no que tange ao local da custódia. Agora falta alguém se lembrar de atacar as causas da criminalidade, sem o que, como é mais do que uma obviedade ululante, logo estaremos de novo na mesmíssima situação.
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