sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Paladar da estupidez humana

Sem meias palavras e sem discursos sobre a fome no mundo, analisando simplesmente o fato em si, gastar fortunas por um prato de comida é uma das maiores demonstrações de imbecilidade que um ser humano pode dar. É o apogeu do esnobismo, chegando a níveis de desprezo pela humanidade, onde não se chega a vislumbrar um semelhante.
Omelete de R$ 1.800,00 e sorvete com folha de ouro de 23 quilates (imagem)? Pizza individual de 22 mil reais? Pratos que chegam a 50 mil reais?

Inadmissível, inaceitável e repugnante. E quer saber? Caviar tem um gosto horrível.

7 comentários:

Liandro Faro disse...

Prezado Yudice,

Isto é questão de ponto referencial. Eu também um absurdo este gasto

Mas vejamos: Um jantar, um pouco mais especial que façamos junto com as nossas digníssimas companheiras, chegamos a gastar R$100,00.

E este valor, algumas vezes, não a cesta básica de pelo menos 05 meses de uma família de baixa renda.

Quantas vezes saimos para jantar ou comer fora?

Talvez gastemos absurdo, se compararmos com quem não tem quase nada...

Forte abraço

Yúdice Andrade disse...

É verdade, meu amigo. Nosso estilo de vida pode, com efeito, provocar sentimentos parecidos aos que externei, em relação às pessoas a quem tudo falta. Mas estas poderiam fazer idênticas críticas até mesmo a gastos muito menores do que os cem reais mencionados, desde que meramente voluptuários.
A questão é que não se pode recriminar as pessoas por viverem as suas vidas, o que inclui gastar o seu dinheiro - aliás, meio necessário a colocar em circulação a riqueza, assegurando o salário de garçons, cozinheiros, entregadores, etc. O problema nem é gastar mil reais com comida (esta cifra pode ser alcanmçada facilmente, a depender do local ou da quantidade de pessoas). Minha crítica é gastar mil reais por um único prato de comida. É isso que me deixa indignado. A falta de proporcionalidade.
Eu não pagaria 50 reais por um bombom. Não me interessa que seja feito com o mais puro chocolate do mundo, recheado com trufas colhidas em carvalhos ancestrais fossilizados do Alasca. 50 reais por um bombom é ridículo. Posso ter, mas não pago.

Anônimo disse...

Chique hein! Yúdice, já comestes caviar.

Anônimo disse...

Assino embaixo, em cima e dos lados.

Александр

Wilson disse...

heheh...eu pagaria por esse bombom aí! dá mais uma aumentada no preço pra ficar mais desproporcional.................chocolate é chocolate...huahua

Ah, isso acontece muito com o vinho, no entanto é mais difícil ver comentários como esse sobre o hábito de se pagar 15 mil em uma garrafa...acho que é tudo uma questão do que estamos ou não acostumados a ver.....

Léo Nóvoa disse...

Poisé professor, o ponto é que existe gente que realmente pode pagar. Gente que não tem mais o que fazer e com o que gastar, acaba por procurar novas experiências. Eu, particularmente, em uma situação dessas, procuraria promover ações humanitárias, mas cada um é cada um.
A crítica então passa pra outro ponto.

Abraços

Yúdice Andrade disse...

Honestamente, das 16h13, o rótulo de sofisticação do caviar não passa de uma mera convenção social. Se os chineses tivessem sido hegemônicos em nível global por séculos, como a Europa, provavelmente o chique, hoje, seria comer cachorro, escorpião e larvas.
E ainda honestamente, nunca comi caviar. Tive a oportunidade, mas rejeitei, por puro nojo. Aqui no Pará é comum comerem ova de peixe (sem o nome pomposo) e eu experimentei mais de uma vez. Em todas, achei repugnante. Por isso, não me dei ao trabalho de experimentar. Mas conheço muita gente que experimentou e achou uma droga. Inclusive minha esposa, que em minha opinião consegue comer muita porcaria.

Valeu, Alexandre cirílico.

Temos então um chocólatra, Wilson? Só posso dizer que meus investimentos em vinho seriam ainda menores, considerando que não consumo álcool.

É, Léo, as pessoas gastam naquilo que é importante para elas. Gastar muito em roupa, p. ex., seria menos condenável, porque roupa é um bem durável, que sempre pode ser passado adiante. Já a comida, todos sabemos como termina.