Há umas poucas semanas, fui alertado pelo amigo Carlos Barretto, em nosso blog Flanar, que já estava disponível uma nova versão do Google Earth, do qual ele e eu somos entusiastas. Longe de ser uma dessas atualizações desenvolvidas apenas para fazer o que funcionava parar de funcionar, a versão 5.0 oferece imagens atualizadas — o que eu mais desejava, pois era muito frustrante ver um mundo de vinte anos atrás, a menos que a ideia fosse justamente reviver o passado.
As obrigações do cotidiano determinaram que eu adiasse o acesso ao novo GE — aquela coisa de "amanhã faço isso". Hoje, finalmente, uma boa conjuntura me permitiu fazer o download e constatei, com enorme satisfação, que as imagens estavam datadas do último dia 21 de julho, o que já nos permite reconhecer, nelas, o mundo que vemos com nossos próprios olhos.
Busquei, então, as obras do "Ação Metrópole", à frente o governo do Estado, que são um empreendimento de grande vulto hoje em execução na cidade e que se iniciaram no comecinho de julho. Na primeira imagem, você pode ver o grande triângulo cinzento ao centro, delimitado pela Júlio César, Pedro Álvares Cabral e SIPAM, que antes era completamente tomado por árvores e que aí já se apresenta totalmente devastado. O desconforto que senti ao ver o começo da derrubada virou postagem aqui no blog.
Também já se pode ver o desvio construído para escoar o tráfego da Júlio César (asfalto mais escuro) e, do outro lado da pista, uma área esbranquiçada, que corresponde ao canteiro de obras. Ainda não havia sinal da construção das vias que margearão o complexo viário e das que comporão as quatro pétalas do elevado. Atualmente, esta parte das obras segue avançada. Pelo menos ao lado do SIPAM, a impressão que se tem é a de que o asfaltamento já será a próxima providência. Hoje, em pleno domingo, estava sendo instalada a rede elétrica.
Já que estamos falando em desmatamento, na segunda imagem vemos a lateral dos conjuntos residenciais Marex e Bela Vista e, rasgando o Parque Ambiental de Belém, uma faixa diagonal, escura, correspondente ao desmatamento na área que envolve o prolongamento da Av. Independência, pivô de uma ação proposta pelo Ministério Público, por dano ambiental e violação de normas elementares do Direito Ambiental, tais como as relativas ao estudo prévio de impacto ambiental e licenciamento. Após um embargo, as obras foram liberadas, mas depois foram liberadas, porque o progresso não pode parar, não é mesmo?
PS — Antes que os malas desavisados me atirem pedras, a parte final do texto é uma ironia, ok? Por aqui tudo tem que ser muito bem explicado...
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