Quando o cantor e modelo de ternos Alexandre Pires colidiu com uma motocicleta, derrubando e matando seus dois passageiros, após sair de uma boate, foi acusado de dirigir embriagado. Após se homiziar na casa do advogado e reaparecer quando qualquer exame de alcoolemia daria negativo, alegou que, durante toda a noitada, ingerira apenas duas latas de Red Bull. Bebida alcoólica, nem pensar.
Se for aprovado o projeto de lei que o governo federal pretende remeter ao Congresso Nacional na próxima semana, as coisas se complicarão para os animadinhos de plantão. De acordo com a proposta, passa a ser definida como bebida alcoólica qualquer uma que tenha teor superior a 0,5º na escala Gay-Lussac. Portanto, os tônicos e energéticos entram na jogada. Pires teria feito uma confissão.
Polêmica, a proposta envolve ainda a proibição de comercialização de bebidas alcoólicas ao longo das rodovias federais, medida de alto impacto econômico e cultural, já que o brasileiro médio entende porque entende que só pode ser feliz se beber. Se vai viajar, portanto está se divertindo, aí mesmo é que beberá. Já antevejo o mercado negro lucrando com as bebidas em estradas, uma explosão do número de infrações e outros quetais complementares. Sem falar nos discursos cretinos que se erguerão, contrariamente à medida.
Polêmico que seja o projeto, ele chega num momento altamente propício ao Legislativo. Afinal, devido a acontecimentos recentes, a criminalidade da onda no Brasil é justamente a de trânsito. Sabemos que, neste país, legisla-se conforme o escândalo do momento e, neste momento, as famílias de vítimas do trânsito estão empenhadas em tornar os delitos do gênero dolosos, a forceps. É o Código de Trânsito que está na linha de tiro.
Num clima desses, é bem possível que o projeto seja aprovado e até rapidamente. Aguardemos.
Com a palavra, a turma do uma-cervejinha-só-não-faz-mal-que-que-tem-deixa-de-frescura-eu-dirijo-melhor-quando-bebo-esse-PT-só-faz-merda.
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