sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Improbidade

Cidade cheia por causa do Círio — todo mundo acha lindo. Inclusive eu. Todavia, esse fato também gera uma situação que considero melindrosa. Por toda parte se veem autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e outras mais que titularizam cargos ou funções públicas, ou exercem mandatos eletivos. Ontem pude constatar um pouco disso pessoalmente, num restaurante da cidade.
Para os ilustres visitantes, que pertencem às elites do país, só o bom e o melhor. Os anfitriões têm que impressionar, certo? Daí o desfile de carros oficiais, motoristas fazendo hora extra noturna, incursões nos restaurantes mais sofisticados, palanques erigidos em áreas privilegiadas, brindes a distribuir fartamente, diárias caras em hoteis. Tudo custeado com dinheiro público!
Essa turma ganha os vencimentos ou subsídios mais altos da República — os visitantes e seus cicerones. Todos podiam custear as próprias despesas, mas isso não acontece na República das Bananas. Para isso existem os otários, como você e eu, sempre dispostos a suportar, através dos nossos impostos, o luxo, a vaidade e a ostentação dos privilegiados, que consideram normal usufruir do alheio e dirão que estas minhas palavras são insurgência de invejoso ou coisa de pobre. Digam o que disserem, elas são a irresignação de quem está cansado de ver os canalhas se dando bem impunemente.

Atenção: para aquelas autoridades que respeitam a coisa pública e não usam o nosso dinheiro em seus excessos, estas minhas palavras obviamente não se aplicam. Sei que muitas teorias mirabolantes podem ser usadas para justificar esses gastos, mas eles são o que são. Quem se doer, passou recibo.

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