quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Bodega

Em algumas de minhas postagens, faço aquilo que, segundo Cris Moreno, pode ser definido como escrever com a alma. Em outras, dispenso as afabilidades e parto para a enguinorança — embora estas sejam menos frequentes, porque me esforço para não fazer deste mais um dos tantos blogs raivosos que existem por aí, cuja principal finalidade parece ser esculhambar Deus e o mundo.
Hoje, contudo, cansado desde o acordar e com muitas horas de sono perdidas, não farei concessões. Vou esculhambar, mesmo, porque merece.
Aquele pardieiro na Av. Gentil Bittencourt, próximo à 14 de Março, que atende pelo nome de Botequim, já extrapolou todos os limites da paciência, mas seus proprietários devem usufruir do que podemos chamar de efeito African Bar: não importa o tamanho da c...onfusão que provoquem, as autoridades simplesmente não tomam conhecimento da balbúrdia. Gostaria de saber amodiquê.
Passei pela frente da pocilga nos primeiros minutos da madrugada desta quinta-feira e algum evento rolava solto. Casa lotada, carros estacionados de ambos os lados da vida e, claro, no meio da via. Estavam estacionados em fila tripla! Não apenas a raça dos taxistas, mas veículos particulares também, cujos condutores apearam e curtiam a festa, com suas cervejas na mão, para depois saírem embriagados pelo trânsito, matando gente inocente. Restava apenas uma nesga da rua para que os pobres coitados como eu pudessem passar — e lentamente, para não correr o risco de atingir algum retrovisor ou algum idiota atravessando a rua à toa, como se estivesse numa pista de dança. Lentamente, também, porque bem na minha frente tinha um retardado procurando vaga para estacionar e, claro, sem a menor preocupação com quem vinha atrás.
Pergunto-me como deve ser a vida da vizinhança. Barulho, multidão, dificuldade para entrar ou sair da própria residência, aumento da criminalidade, tanto pela atração a ladrões quanto pela violência decorrente do alcoolismo. Isso sem falar na provável fedentina de mijo, pois bebum, quando quer, transforma qualquer muro em mictório.
É engraçado que um desgraçado desses, em casa, critica o MST porque ocupa propriedade alheia. Não discordo. Porém, para ser coerente com esse arremedo de respeito à propriedade e aos direitos alheios, o vagabundo devia lembrar-se de respeitar, ele mesmo, a casa dos outros e o espaço público. Mas é óbvio que isso não acontecerá na Capital Mundial do Egocentrismo.
Às favas todo mundo, certo? Quero mais é zoar!

4 comentários:

morenocris disse...

Carácola...definitivamente a sua alma o abandonou aqui!... rsrs

Este é o Yúdice! rsrs

Beijinhos, querido!

au!au!

rsrs

Yúdice Andrade disse...

Sem dúvida, Cris. Assim que meus ossos colarem, vou atrás dela. Abraço.

Anônimo disse...

Tirando a parte do MST, concordo em gênero, número, grau e qualquer outra coisa que combine com concordância.

Antônio Paraense

Yúdice Andrade disse...

Caro Paraense, faço questão de esclarecer que não apóio as ações do MST, apesar de entender como as pessoas chegam ao estágio da desobediência civil. Sendo o Estado brasileiro o que é, seria absurdo não reconhecer o porquê de surgirem movimentos como ele.