A última Correição Ordinária do TST no TRT-8a foi inusitada. Os juízes trabalhistas se depararam com determinações exemplares, como a abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o desembargador federal Vicente Castiglioni. O setor de informática, capitaneado por Téo Flexa Ribeiro, servidor não concursado e sobrinho do senador Flexa Ribeiro (PSDB), foi acusado pela correição de investir significativa soma de dinheiro (R$ 4 milhões desde 2004) em sistemas que não obedecem às determinações do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT). O TRT-8a foi acusado ainda de priorizar as reclamações verbais, contra o consenso nacional de valorizar a figura do advogado.A correição determinou ainda “contagem física de processos” com prazo de 45 dias para as varas trabalhistas. Ocorre que os servidores não têm a menor idéia de como conseguir fazer o trabalho dada a quantidade de processos. Apesar de alguns poucos elogios, no geral o corregedor foi duríssimo com o TRT-8ª, inclusive mencionando que os desembargadores, que vivem se queixando de excesso de trabalho, só recebem por ano alguns processos a mais que o TRT do Piauí, último colocado na escala de processos x juízes.
O que nós, míseros jurisdicionados, esperamos agora, assim de imediato, é um pronunciamento oficial do TRT sobre esses fatos, para que a sociedade como um todo não fique com essa sensação de perplexidade que as notícias provocam, mesmo que dando o desconto da imprensa. Afinal, o jornal em questão teria possíveis motivos para atingir um senador tucano, através de seu sobrinho — que conheço (o sobrinho) e sempre me pareceu uma pessoa muito séria.
Parece que o mês começa difícil para o nosso TRT. Melhor reservar alguns lugares na corda, daqui a duas semanas.
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