domingo, 14 de outubro de 2007

Antecipando o Dia do Professor

Por razões óbvias, reproduzo matéria do Diário do Pará de hoje, assinada por Fábio Nóvoa:


Mestre já não recebe tanto carinho
PROFESSORES

Profissão já não tem o mesmo reconhecimento de antes e docentes vivem dificuldades

Você, que é ou já foi estudante, ainda lembra que o dia 15 de outubro é o Dia do Professor? Se não, saiba que provavelmente não é o único — afinal, a profissão já não é reconhecida como antigamente, e sua importância passa despercebida pela maioria da população e, sobretudo, pelo Poder Público. Seja na rede privada, ou nas esferas municipal, estadual e federal de ensino público, as condições de trabalho não têm sido das mais fáceis para os docentes. O Dia do Professor é comemorado no 15 de outubro desde 1947 graças a um grupo de professores de uma escola na cidade de São Paulo. Os docentes instituíram a parada de um dia, no segundo semestre, para se reunirem para confraternizar e realizar o planejamento pedagógico para o restante do período letivo. Já em 1963, o governo baixou um Decreto de nº. 52.682 tornando a data oficial. Para a diretora-geral da Associação de Docentes da UFPA (Adufpa), Vera Jacob, a profissão vem sendo diminuida, principalmente nos últimos 12 anos. “Não temos nada o que prestigiar neste dia. Os professores trabalham sem reajuste e em condições precárias”, afirmou. Vera diz que muitos estão abandonando a universidade por falta de condições de ensino. “Muitos professores estão largando a docência e a maioria só ainda trabalha por compromisso com o ensino mesmo”. Jacob acha que o Governo Federal somente tem piorado a situação. “O governo baixou um decreto do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que caso a Universidade Federal do Pará faça adesão, deve aumentar a carga horária dos docentes, sem aumento no salário”. Além disso, segundo a diretora da Adufpa, o Governo Federal enviou ao Congresso Nacional, fevereiro último, o Projeto de Lei Complementar 01/2007, que integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e limita os gastos da União na folha de pagamento, determinando um congelamento salarial até 2016. “Já estamos com um indicativo de greve nacional. O prazo para a greve começar é 23 de outubro. Só esperamos uma definição das outras associações do país”, declarou.

Profissão digna que forma outros profissionais

Mas ainda há os que vêem o trabalho de maneira positiva. Herculano Torres, professor de uma instituição de ensino particular da cidade, trabalha há 40 anos lecionando. “Só o fato de ser professor já é motivo de comemoração, pois além de ser uma profissão digna, forma outros profissionais do futuro”, declarou. Para ele, o bom profissional é aquele que possui múltiplos saberes, além daqueles da sua área específica. “Entretanto, a falta de tempo é um impedimento para que o professor possa se atualizar e continuar estudando”. Alia-se a isso, o fato da alta incidência de doenças consideradas típicas dessa profissão, como pânico, depressão e outras como a Fobia Escolar. Herculano explica que existem diferenças entre lecionar para os cursos superiores e para os ensinos fundamental e médio. “Alguns saberes é que dão condições de atender aquela faixa etária. Entre eles, estão o diálogo e o bom relacionamento com os estudantes. O professor pode ter um conhecimento profundo de conteúdo, mas se não tiver um bom relacionamento, não adianta”, afirma. Segundo o secretário de Educação, Mário Cardoso, apesar de ainda não ser o esperado, a situação dos professores já teve melhoras. “Temos uma parceria com a Escola de Governo, garantindo a pós-graduação de 150 servidores, além do Projeto Bate-Papo do EJA (Educação de Jovens e Adultos), que envolve 150 professores e outros projetos de formação de professores em parceria com com a Funcap e Susipe”, enumera. Mário diz que atualmente, 40 professores estão fazendo especialização no Ministério da Educação. “Somando todos os docentes, já são 740 professores capacitados”. O secretário cita ainda a política de descentralização do Governo, que direciona projetos para todo o Pará. “Temos o Programa Pró-Gestão para a capacitação de gestores escolares das URE’s e técnicos e secretários de escolas. São 480 profissionais de 82 municípios até o fim do ano, em educação em cursos nos municípios de Santarém, Marabá, Conceição do Araguaia, Castanhal, Capanema e Belém”.

REAJUSTE — Cardoso também citou o reajuste salarial de 9,8% dado pelo governadora, 6,5% a mais do que as perdas ocorridas no ano passado. “E tem mais: já está nas mãos da governadora para sanção, o projeto de lei que prevê concurso público para 15.600 vagas para a secretaria”, afirmou. “E a governadora Ana Júlia ainda deve assinar um decreto para criar o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos profissionais do magistério e devemos apresentar na Assembléia Legislativa no primeiro semestre de 2008”, prevê.

2 comentários:

morenocris disse...

Oi, professor Yúdice !

Nem tudo são flores, têm cravos também... rsrs

De vez em quando recebo por e-mail imagens para colocar no blog. Assim como poesias, orações...

Recebo, de vez em quando, ligações telefônicas de amigos(as) solicitando sugestão de pesquisa.

Sempre me pedem ajuda de orientação em trabalhos científicos. Outros querem apenas conversar, desabafar. Alguns para convidar para festinhas, sair uma sexta-feira, beber uma cervejinha para bater-papo...e por aí vai !

Eles são, ou foram meus alunos. A sala de aula é um dos espaços perfeitos para a troca de conhecimento. E quando ela acontece, sabemos que o resultado está do lado de fora. Ser professor ainda é um grande negócio. O lucro?
Resumo tudo em uma única palavra: compartilhar !

Beijos.
Feliz dia do professor pra você !

Yúdice Andrade disse...

Para todos nós, querida. O negócio, para nós, realmente é encontrar os mecanismos mediante os quais nossas tarefas podem ser bem sucedidas e fazer a diferença.