quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Boi em pé derruba consumidor

Como cidadão belenense que várias vezes passou pela experiência, manifesto minha solidariedade a todas as pessoas e entidades que desejam o fim do embarque de boi vivo no porto da CDP, em pleno centro de Belém, ao lado da Estação das Docas. Eu, que adoro me debruçar na amurada e ficar contemplando a baía do Guajará, dou meu testemunho de que com gado soltando seus dejetos por perto, não dá. Não é que não dê: é que não dá. Imagine sentar e pedir uma comidinha, para arrematar. Logicamente, quando o indivíduo chega ao local e se depara com a situação, dá meia volta e vai procurar lugar melhor.
A economia do Pará precisa dessa exportação, obviamente, mas nem por isso ela precisa ser feita sob nossos narizes. E há alternativas, mas parece que ninguém tem pressa em resolver.
Já que os empresários que atuam naquele espaço decidiram declarar guerra ao boi, inclusive com ameaça de propor ação indenizatória, louvo a decisão. Mas aproveito para convocar a sociedade para uma outra campanha, que é esta:

Por uma Estação das Docas livre do cigarro!

Afinal, boi vivo é só de vez em quando, mas a desgraça do cigarro é todo dia, toda hora, em pleno espaço refrigerado, em plena mesa de restaurante, bem na nossa cara e ai de quem não gostar! Até porque os próprios empresários entram nos seus estabelecimentos fumando, então vamos nos queixar a quem?
Bosta de boi enoja, mas é só. Fumaça de cigarro enoja (e a mim mais do que a bosta) e provoca consequências bem sérias e concretas. Então vamos encampar esta campanha: livremos o belíssimo cartão postal de Belém do boi vivo e do cigarro! E respire em paz, finalmente!

4 comentários:

Francisco Rocha Junior disse...

Tem o meu apoio.
No caso do cigarro, os fumantes ainda ficam com cara feia se alguém reclama, como se a culpa do seu vício fosse do vizinho.
No caso do boi, o problema é do alcance do cheiro. Eu morava na Tiradentes, no Reduto, até início deste ano, e ainda hoje meu escritório é no bairro. Nos dias de embarque, o bairro inteiro (sem exageros) fedia a cocô. Simplesmente insuportável.

Yúdice Andrade disse...

Eu sei, Francisco. Lembro-me de, certa vez, entrar dirigindo pela Doca, com os vidros abertos, e sentir aquela fedentina pairando no ar. Horroroso. Toma conta do bairro, mesmo.

Frederico Guerreiro disse...

...aí chega o turista, senta à mesa, pede sugestão de um prato típico e lhe sugerem maniçoba, e na hora que a iguaria chega bate aquele ventinho vindo do navio boiadeiro. Será uma catarse.

Yúdice Andrade disse...

Mas tu sempre chutas o balde, Fred! Maniçoba já tem aquela aparência justamente de bosta de gado. Se botarem o cheiro, ninguém descofiará de que não se trata de um atributo da iguaria!
Mais uma prova de que precisamos resolver o problema o mais rápido possível.