Mesquinharia

Em 23 de setembro último, publiquei a postagem Indecência, relatando a estranha subvenção concedida pelas prefeituras de Belém e de Ananindeua à Igreja Universal do Reino de Deus, para o evento que contou com a presença de seu capo, o bispo e empresário Edir Macêdo. Hoje, a coluna Repórter 70 noticia que a cúpula paraense da Igreja Católica "não viu com bons olhos" tal adjutório, no valor de R$ 350,00. Isto porque, para o Círio, foram pedidos R$ 400,00 e efetivamente doados apenas R$ 300,00.
Naturalmente, louvo-me apenas nessa nota, já que não ouvi de nenhum religioso tal afirmação. Mas se assim é, e não duvido que seja, só posso lamentar que Jesus Cristo não venha aqui para expulsar mais uma vez, a chicotadas, os vendilhões do templo.
Qual é a insurgência da Igreja Católica? Ter recebido menos dinheiro? Quando o correto é não dar dinheiro público para nenhuma agremiação religiosa — e reitero que isso é uma vedação constitucional. Mas a Igreja não se oporá a uma doação aos evangélicos, pois isso seria um tiro no pé. Ela defenderá a doação em si, para poder pleiteá-la também. Mas a exigência é não receber menos?
Há momentos em que penso que respeito mais as igrejas do que os seus próprios fieis. Porque, para mim, tal atitude é sórdida e merece uma rejeição à semelhança da passagem bíblica acima citada. Portanto, compromete a dignidade que os prepostos de uma Igreja deveriam ter, já que se outorgam uma condição de representantes do sagrado, do divino.
Respeito as religiões e os fieis, inclusive os adeptos dos credos menores e mais discriminados. Mas tenho milhares de reservas aos líderes. E acredito, honestamente, que se eles representam Deus na Terra, o Criador anda muito mal assessorado.