quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Amizade circunstancial

Acabei de saber, pela Internet, que os prováveis assassinos do vigilante Joelson Ramos de Souza foram presos hoje, após 31 dias do crime que estremeceu a cidade por sua violência (a vítima foi esquartejada, após ser atraída para um motel e após uma simulação de namoro que preencheu toda a vida do rapaz).
O que me chamou a atenção, porém, foi o teor dos comentários que o público deixou sobre a reportagem. Nas manifestações, muitos agradecimentos e parabenizações à polícia pelo excelente trabalho. Realmente, trabalhando com pouca ciência e muito bate-perna atrás de testemunhas, é de se reconhecer que os policiais seguiram uma pista correta desde o primeiro momento e, enfim, alcançaram os alvos, mesmo eles estando separados e mudando de cidade.
Não é sempre que vemos a sociedade amistosa com a polícia, seja civil, seja militar. Instituições imersas em episódios de violência e corrupção, são vistas quase sempre com desconfiança e não raro com medo. Não à toa, a lógica do policiamento comunitário parte da premissa de que a atividade policial só dará certo quando houver parceria com os cidadãos, o que exige confiança e mútua colaboração.
Seja como for, de vez em quando a polícia consegue passar aos cidadãos a imagem de eficiência e seriedade. O resultado é este: um inusitado, mas até bem vindo sentimento de gratidão e respeito. Tomara que tenhamos sempre boas razões para encarar dessa forma.

4 comentários:

Francisco Rocha Junior disse...

Yúdice,

O sentimento mais forte para o cidadão, quando a Administração dá provas de eficácia em sua atuação, é de que ele está amparado. Nessas horas dói um pouco menos pagar impostos.

Abs.

Yúdice Andrade disse...

Sem dúvida, Francisco. E esses episódios chamam a atenção desse jeito justamente porque tal satisfação, infelizmente, não é o panorama mais comum.

Antonio Graim Neto disse...

Realmente, foi um crime que chamou a atenção...mas o que me deixa inquieto é o fato de tivemos outros episódios tão brutais quanto, mas não dispuseram de tanta eficiência investigativa, o que me leva a pensar: o que teria esse caso de tão especial?

Yúdice Andrade disse...

Acho que foi só o estrépito, mesmo, Antônio. Um homicídio tão premeditado e com tanta violência é um prato cheio para certos setores da imprensa. Dá para vender jornal um bom tempo.