A reforma ortográfica da Língua Portuguesa continua provocando situações curiosas. Acabei de ler um texto que possuía uma palavra completamente inédita para mim: "corréu". Levei algum tempo para entender o que significava e fui ajudado pelo contexto. Fora dele, talvez eu ainda estivesse matutando a respeito. Pior é pensar que, consultando um dicionário, você simplesmente não encontrará esse vocábulo, a menos que seja uma edição bastante atualizada e que já tenha incluído uma boa parte das consequências da reforma.
O mais interessante, para mim, é que eu utilizo essa palavra, em sua versão anterior, com enorme frequência, em minha atividade profissional. Quando um crime é praticado por mais de um agente, temos "co-réus" ou, agora, "corréus".
Com efeito, a reforma determinou casos de abolição do hífen e, se necessário, a dobra da consoante. Por isso, a palavra agora realmente é "corréu". Se digo "codependente", "cointeressado", penso que não há maiores dificuldades para perceber do que se trata. Mas "corréu" ficou esquisito. Assim como o feminino, "corré", que acaba sugerindo um galicismo.
Enfim, o jeito é nos acostumarmos. No fundo, é apenas uma questão de adaptação.
Um comentário:
Tem toda razão sobre a estranheza da nova ortografia da nossa língua, a portuguesa. "Corré" para mais estranho que "corréu"; imagina "corrés". Postei no meu blog as regras e alguns exemplos de palavras e frases corrigidas para a nova ortografia. Espero que aprecie!
Gostei do seu texto.
Um abraço!
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