quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Quarta-feira de cinzas


Acabou-se o carnaval. Quem queria pular, já pulou. Quem queria descansar, já descansou. A maioria dos brasileiros volta ao batente logo mais, após o meio-dia.
Isso, claro, se você não está numa daquelas cidades que se orgulham de dizer que o carnaval só acaba no último minuto desta quarta ou, pior, só no próximo domingo. E olha que a ideia, neste dia que marca o início da quaresma para os católicos, era participar de missas para receber as cinzas, que lembram a mortalidade e simbolizam o arrependimento e a conversão. O Brasil ainda nestes tempos é um país predominantemente católico, mas duvido que as igrejas encham hoje. Há outros lugares com maior expectativa de público.
É o caso de dizer que o cidadão comum, embora seja pródigo em falarios veementes quando o assunto é religião, no fundo, da religião gosta mesmo é dos pecados.
Ilustra a postagem o quadro "Quarta-feira de cinzas", de Carl Spitzweg.

3 comentários:

Francisco Rocha Junior disse...

Yúdice,
Que da religião as pessoas gostam mesmo é do pecado, isto ninguém discute. Porém, é um engano achar que não haja público nas igrejas, nesta 4a feira de Cinzas. Basta dar uma olhada na página 7 do primeiro caderno de O Liberal de hoje.
Abração.

Yúdice Andrade disse...

Eu não disse que não há público, Francisco. Apenas que existe uma terrível desproporção nos interesses. Se toda pessoa que se diz católica e foi deliberadamente pular o carnaval fosse, também, à missa, ia faltar igreja. O fato é: muita gente se diz católica, mas só age como tal em alguns domingos por ano ou em datas especiais. Essa é a incoerência que critico.
No mais, podemos também verificar o perfil das pessoas que estiveram nas igrejas ontem. Suspeito que não era exatamente o mesmo público das festanças por aí afora.
Concorda?

Francisco Rocha Junior disse...

Concordo com a última parte do teu comentário. Só acho também que, fora o público que frequenta a igreja - e é mais gente do que desconfiamos nós, os não-praticantes (o "nós" é força de expressão) -, não é só na ICAR que os que declaram a ela serem ligados não observam seus preceitos. Aliás, a prática religiosa é, na verdade, mais verificada nas igrejas protestantes.
Abração.