Os atores Paulo José (71) e Mariana Ximenes (27) — que estão em Salvador filmando Quincas Berro D'Água, filme de Sérgio Machado (38, que estreou no cinema com Cidade baixa, 2005) —, quase se afogaram na praia de Itapuã, Salvador, na última sexta-feira (20). Assim que entraram na água, numa área perigosa, foram arrastados pela correnteza. Felizmente, foram logo resgatados por salva-vidas, impedindo maiores infortúnios.
O incidente poderia ter-nos privado de um dos mais belos rostos da TV brasileira e, o que seria muito pior, de um dos maiores ícones do teatro, cinema e TV que já conhecemos — por sinal, dono de uma voz belíssima. Se eu pudesse escolher, minha decisão já estaria tomada: queria ter a voz do Paulo José.
O ator também enfrentou a sua quota de sacrifício neste vale de lágrimas ao ser diagnosticado com o Mal de Parkinson, mas sempre se portou de maneira extremamente digna em relação à doença. Recentemente, numa das edições daquele programa semanal de futilidades apresentado por Angélica — o Estrelas, irritante desde a abertura com aquela música ridícula do Sérgio Mendes (que termina como "ai ai ai ai ai") —, ele declarou que estava o mais próximo da cura a que se pode chegar. A doença é irreversível, mas a sua progressão, disse ele, foi impedida graças a uma cirurgia neurológica, um procedimento novo que lhe deixou em ótimas condições. Alvíssaras!
Na versão televisiva de Tieta, romance de Jorge Amado que a Globo exibiu como novela entre agosto de 1989 e março de 1990, encontramos Paulo José numa participação especial como Gladstone — um homem que aparece do nada na cidade e, depois, descobrimos ter sido contratado pela protagonista para inaugurar (expressão usada no folhetim) sua amiga Carmosina, interpretada pela grande Arlete Salles. No dia em que a inauguração ocorre, Gladstone — que acaba se apaixonando de verdade por Carmô — mima a amante com um belo poema no qual descreve o sorriso da mulher amada e conclui dizendo de sua felicidade, por saber que ele mesmo é a causa daquele sorriso.
Quase 19 anos depois, não me recordo de uma só palavra do poema que Gladstone declama, por isso não posso sequer caçá-lo pela Internet. Mas nunca o esqueci. Eu ficaria extremamente feliz se alguém pudesse me oferecer alguma referência sobre o texto, para que, enfim, eu o encontre.
Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1016784-5598,00-O+MAR+QUANDO+QUEBRA+NA+PRAIA+E+BONITO+DISSE+PAULO+JOSE+APOS+AFOGAMENTO.html
2 comentários:
O poema era:
"Que luz é essa,
que tão clara funde
me fusca o sono, e alumia o rosto,
não é o sol pois que ainda é noite.
Não é a lua, pois que ainda é nova.
Tão pouco são lampejos das estrelas.
Pois que as nuvens não me deixam vê-las.
É o teu sorriso amado, que deslumbra.
E quando vejo esse suave brilho.
Sorrio junto.
Mas de puro orgulho.
Pois o teu sorriso.
Eu que fiz luzir
Você e eu
Eu sabia, que ia ser como os fogos.
Lá fora.
Era só acender, o esturpinho e tu e eu íamos
seguir, desvairar, cada vez mais alto,
riscando o céu. "
Mary, muitíssimo obrigado. Faz um ano que escrevi a postagem e já me esquecera dela. Felizmente, a Internet nos permite topar com pessoas gentis como você, que nos permitem encontrar aquilo que procuramos.
Forte abraço.
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