Em todas as cerimônias de colação de grau, o CESUPA — instituição na qual eu e minha esposa lecionamos —, a exemplo de outras IES, confere uma placa de honra ao mérito aos alunos que mais se destacaram ao longo de todo o curso. Na colação de grau do curso de Bacharelado em Ciência da Computação ocorrida no último dia 23 de janeiro, os três laureados foram, nesta ordem, Antoniel Rêgo, Glauber Monteiro e Edson Costa, que têm em comum um detalhe significativo: os três só conseguiram cursar uma faculdade particular porque beneficiados pelo Programa "Universidade para Todos" — ProUni, do governo federal.
O ProUni também foi criticado, assim como outros programas criados pelo governo Lula, como não sendo a solução ideal para as distorções sociais vigentes no Brasil. Não discuto isto. Quero apenas dizer que a iniciativa funciona e, concretamente, mudou os rumos de três pessoas de valor, que talvez não tivessem outra oportunidade de concluir com êxito — e grande êxito — o ensino superior.
Pondero, ainda, que existem cursos congêneres públicos em nossa cidade. Mas em muitos locais não há. E muitos podem ter interesse em cursar áreas oferecidas exclusivamente pela iniciativa privada. Finalmente, existe a possibilidade de as vagas públicas serem insuficientes para cobrir a demanda, mormente considerando que os alunos chegados do ensino médio particular — e que frequentemente acorrem às universidades federais — geralmente têm maiores condições de aprovação. Portanto, o ProUni cumpre um papel de democratização de acesso ao ensino superior que, longe de ser ideal, faz toda a diferença na vida de pessoas que querem agarrar essa chance.
Parabéns aos três dedicados bachareis. Que consigam enfrentar bem o dia seguinte.
2 comentários:
Esse seu post é um 'cala boca' a muitos que são desfavoráveis a políticas sociais de incentivo.
Abraços!!!
Eu não sou totalmente a favor de políticas assistencialistas, mas entendo que são o primeiro estágio de uma transformação social que, quando ocorrer, levará a políticas de outras naturezas, até o momento em que não precisamos mais delas. A igualdade se terá estabelecido. Falo em tese, sem albergar nenhuma utopia.
Além disso, o ProUni é uma política diferente, na medida em que não se dá algo gratuitamente. O aluno tem que se virar para ser aprovado, além de ter que ressarcir o que foi investido nele. Considero uma política bastante decente, ainda mais vendo resultados como o descrito na postagem.
Postar um comentário