Não é a primeira vez que uma pesquisa científica se mostra altamente conveniente para os homens e seu excesso de testosterona. Desta vez, a Associação Americana para o Avanço da Ciência, em evento recente, divulgou estudo no qual a conclusão foi de que quando um homem vê uma mulher de bíquini, sem identificação, tende a vê-la apenas como um objeto — exemplificativamente, uma ferramenta. A mulher aí ao lado, p. ex., equivaleria a uma chave de fenda.
Mas isso não ocorre porque o sujeito seja machista. E sim porque a apresentação da imagem em questão ativa, principalmente, como demonstraram os exames de ressonância magnética, o córtex pré-motor do cérebro, área responsável pela interpretação mecânica dos objetos, que se opõe à interpretação social.
Uma vez divulgadas pesquisas como essa, o cara pode ser cafajeste como quiser. A culpa é do cérebro.
Procurei uma imagem para ilustrar esta postagem, que pudesse exemplificar o teste aplicado aos voluntários. Mas as minhas interpretações sociais são muito fortes. Quando vi esta, que escolhi, desisti de minha intenção inicial, que era suprimir o rosto. Jamais poderia transformar uma mulher num manequim de vitrine.
A propósito, se você gostou do biquíni jitinho mostrado na foto, não se assanhe: ele é feito com 151 quilates de diamantes raros sobre uma armação de platina e custa 30 milhões de dólares. Mas suspeito que, se você tiver essa grana toda, há de se tornar objeto do desejo de muita gente...
12 comentários:
Bem gostosa a gata da foto!
Que chave de fenda o que! Essa menina é uma caixa de ferramentas inteirinha!
Desculpe, depois eu leio post, o meu cérebro ainda não conseguiu desviar a atenção da mulher!!! hehe
Abraços Primo!!!
Nem o meu.
E nem quero saber, pra dizer a verdade.
Rssss
Uau! A minha ferramenta está pulando de alegria com essa bela imagem.
rssssssssss
Algumas coisas são sintomáticas: somente homens comentaram a postagem e todos bem assanhadinhos.
Meninos, um banho frio pode ajudar. Ou então deixem a fantasia de lado e procurem suas parceiras reais!
Não lhes mando um abraço para a minha própria proteção!
Não é perfeitamente conciliável a explicação social e a biológica? Do tipo, como o sujeito foi educado numa cultura machista, que vê a mulher, e especialmente o corpo seminu de uma mulher, como um objeto, então o processamente da imagem de mulheres seminuas no cérebro desse indivíduo tenderá a ocorrer na região responsável pela interpretação mecânica dos objetos. O que os testes laboratoriais vão atestar é apenas que o processamento daquela imagem no cérebro de um sujeito machista ocorrerá exatamente da maneira como se esperaria que um cérebro machista funcionasse. O problema da interpretação justificacionista desse tipo de pesquisa é que se passa muito precipitada e equivocadamente da descrição de como o processo biológico ocorre para o argumento falacioso de que esse processo biológico é a causa (e talvez até uma justificativa) do fato em questão.
rapaz, onde tu conseguiste essa femea, acho que descobriste um pote de ouro.
Tu me deixaste inquieto, André. Afinal, sendo um espírito essencialmente científico, sou propenso a acolher as explicações biológicas como causas de fenômenos. Não me tinha ocorrido a hipótese de essa caractertística do cérebro ser uma adaptação ao fator social, em vez do contrário. Obrigado por me oferecer esse novo horizonte. Só não tenho nenhuma conclusão. Preciso matutar mais.
Ahahahahahahah
Das 7h45, não consegui a fêmea, não! Sobre ela, sei apenas o link que coloquei na postagem... Além do mais, não disponho de dólares, que dirá 30 milhões deles...
Pois é, eu também sou esse mesmo tipo de espirito científico, mas me previno como posso das tendências imperialistas (de longa data, aliás) das ciências da natureza de explicar elementos de que somente a cultura poderia ser uma causa adequada. O que tenho lido sobre psicologia cognitiva e neurobiologia evolutiva (recomendo sobretudo os dois clássicos de Steven Pinker, "Como funciona a mente" e "Tábula rasa", além das obras do Prof. Atauhalpa Fernandez sobre o assunto) me convence cada vez mais de que o cérebro humano está dotado de certa plasticidade adaptativa, que é o que torna possível a cultura. Se assim for, apenas a explicação biocultural, nesse caso, biológica com constante diálogo com elementos antropológicos, psicológicos, sociológicos e culturais, seria capaz de fornecer uma abordagem adequada de fenômenos daquele tipo. Infelizmente, a pesquisa não foi feita comparativamente, monitorando o funcionamento do cérebro de indivíduos do sexo masculino que não tivessem tido formação machista, para verificar se o processamento da imagem da mulher seminua ocorreria ou não na mesma área do cérebro. Mas estou plenamente convencido de que, após cerca de dez a quinze gerações de homens que tivessem abraçado (de verdade, não apenas no discurso) ideais igualitários em relação às mulheres, o teste não daria mais o mesmo resultado, sem que nem o teste anterior nem o posterior fossem cientificamente inválidos: eles apenas seriam as fotografias fiéis do funcionamento do cérebro humano masculino em distintos momentos da cultura.
Uma maldade que pensei em escrever assim que li a postagem e da qual depois acabei esquecendo: "É que a imagem dos homens que têm trinta milhões de dólares tende a ser processada no córtex pré-motor do cérebro feminino".
Os livros de Pinker, que mencionaste, foram usados por minha esposa em sua dissertação de mestrado. Não os li. Ela apenas me explicou alguns pontos. Estão na fila para o dia em que houver
tempo para voltar aos meus estudos sobre a mente humana.
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