O filme A lista de Schindler (Schindler's list, Steven Spielberg, 1993) tornou conhecida do grande público lição do Talmude, segundo a qual "quem salva uma vida, salva o mundo inteiro". Miep Gies, a doce senhora da foto ao lado, bem que tentou. Durante dois anos e um mês (de 1942 a 1944), foi ela quem protegeu a família de seu patrão, Otto Heinrich Frank, no porão de uma casa em Amsterdã. Desgraçadamente, algum patriota jamais identificado fez um denúncia anônima e a família Frank, assim como os outros quatro companheiros de esconderijo, foram presos e mandados para campos de concentração.
Frau Gies acabou de completar 100 anos (hoje) e, graças a Deus, está muito bem. Escapou da vingança nazista dada a quem protegia judeus. E graças a isso pôde retornar ao "Anexo Secreto" e recolher o diário e diversas anotações de uma de suas protegidas, Anneliese, filha de Otto. Anos mais tarde, com a ajuda do próprio Otto, único sobrevivente da família, as anotações foram organizadas e se transformaram em um dos livros mais famosos e lidos de todos os tempos: O diário de Anne Frank, publicado originalmente em 1947, cuja leitura na pré-adolescência me emocionou profundamente. Frau Gies se tornou uma ativista da causa contra a negação do Holocausto.
Segundo a versão oficial (pois a autoria do diário é controversa), como toda menina, Anne era cheia de sonhos e fantasias. E tinha talento para sistematizá-las — além de tempo de sobra. Gastava parte desse tempo escrevendo historinhas que também viraram um livro: Contos do esconderijo, uma leitura agradável para quem já se envolveu com a alma da menina e que você pode adquirir através do comércio eletrônico que, por facilidades assim, é uma maravilha. Recomendo.
Em Amsterdã funciona um museu dedicado à memória de Anne.
PS — Se você é daqueles que nega ou minimiza o Holocausto e sustenta a tese de que o diário é uma fraude, passe reto.
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