sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Didelphis marsupialis abatido por ação contundente

Sou daqueles que defendem que uma piada não deve ser explicada. Se não entendeu, azar. Isso garante um pouco da graça. Quem nunca se divertiu em meio a uma profusão de pessoas gargalhando e um sujeito lá, com a maior cara de "hein? como assim?"
Todavia, em consideração ao fato de que a pessoa que me perguntou é de fora e estava de passagem pela cidade, abrirei uma exceção. Afinal, gosto de demonstrar a nossa hospitalidade. Então vamos lá.
Mucura (Didelphis marsupialis). Nada mais é do que o conhecido gambá  nome mais difundido no Brasil, embora o animal também seja conhecido como suruê ou sariguê (Bahia), cassac ou timbuo (Nordeste) e micurê (Mato Grosso e Paraguai). Mamífero onívoro de hábitos noturnos, distribui-se por todo o continente americano, do Canadá ao norte da Argentina. É um marsupial, daí o nome, que deriva de guaambá ("saco vazio").
Como gambá que é, para se proteger de predadores, a mucura se finge de morta e expele um líquido fétido produzido por glândulas nas axilas. É um cheiro terrível  um fedor, um futum, uma inhaca, uma catinga capaz de perturbar os sentidos de qualquer ser vivente, à distância.
Ou seja, o odor característico fica mais intenso quando o animal está estressado, surgindo daí a expressão mucura morta a pauladas, para indicar algo extraordinariamente fedido e repugnante. Uma coisa assim tipo Congresso Nacional. A expressão é carinhosamente empregada por mamães quando querem explicar aos filhinhos a necessidade do banho quando eles voltam da rua.
Pronto, meu caro visitante. Eis aí a mucura e o significado da metáfora. Agora você já conhece um pouco mais sobre a Amazônia.

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