quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Vem aí o "Xadrez Democrático"


Que tal um jogo de xadrez em que as peças, dotadas de câmeras, interagem e sugerem ao jogador opções de movimentos, para que ele  o elemento humano  tome a decisão final?
Pois esta é a proposta do artista Michael Marcovici, que batizou a ideia de "Xadrez Democrático".
Os puristas certamente torcerão o nariz. Afinal, mesmo que a jogada efetiva seja decidida pelo indivíduo, ainda assim opções foram calculadas pelo programa, evitando movimentos estúpidos ou inúteis, ou revelando outros que talvez não fossem cogitados espontaneamente. Nesse caso, a meu ver, o xadrez seria menos de estratégia e mais de decisão.
Tudo bem jogar isso, já que, ao menos em tese, os dois jogadores estariam mais equilibrados. Contudo, bom mesmo é continuar a jogar dependendo apenas do próprio tutano.

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro Yudice,

como enxadrista, sou forçado a ser contrário a novidade. Afinal, simplesmente despreza o que há de singular no xadrez: o talento individual, o que permite ao virtuoses calcular inúmeras variantes, sentir a posição (sim, puro instinto) e descobrir os lances mais adequados, independentemente dos conselhos livrescos, criando verdadeiras obras-mestras na arte de Caissa.
A novidade desconsidera, também, o extremo esforço pelo estudo que leva alguém a dominar o xadrez.
Algo semelhante já foi testado em um embate entre 2 grandes mestres: Kasparov, o maior enxadrista de todos os tempos (hoje aposentado e líder da oposição política na Rússia) e Topalov, ex-campeão e provavelmente o melhor da atualidade. Resultado: empate insosso e conselhos de um autômato sem a necessária percepção humana do jogo.
Talvez para os "capivaras" - categoria enxadrística que abarca todos os maus jogadores, na qual me incluo (embora seu seja, antes de tudo, um apaixonado pelo xadrez) - mostre-se excelente, pois permitirá esconder ao máximo sua mediocridade.
Para os artistas e profissionais, contudo, um mero passatempo sem maior interesse.

Marcelo Dantas.

Yúdice Andrade disse...

Marcelo, meu amigo, creio que o meu texto mostra que penso do mesmo modo que tu. Não fiquei entusiasmado com a novidade. E sendo um jogador muito chinfrim de xadrez, não acho que essa "democracia" me ajudasse a melhorar.
Rola uma partida qualquer dia?