terça-feira, 17 de julho de 2007

Aos amantes de Cuba


Rafael Capote chegou ao Brasil como membro da seleção cubana de handebol. Mas aproveitou a primeira oportunidade e fugiu da Vila Panamericana com destino a São Caetano do Sul — SP, onde pretende radicar-se. Abdicou do Pan, do emprego e, mais especificamente, de sua família, amigos e de toda a vida que conheceu em terras pátrias.

Todavia, provavelmente foi a vida que conheceu em Cuba que o levou a uma decisão tão drástica. E não isolada, já que casos semelhantes ao seu já são mais de oitenta.

Cuba é uma espécie de utopia, um dos últimos focos de resistência contra o capitalismo e o imperialismo norteamericano. Conheço pessoas completamente apaixonadas pelo ideário político cubano. Não são poucas nem desinformadas. Mas eu, que nunca me detive estudando aquela sociedade (admito-o logo), me pergunto se Cuba não representa um modelo inviável no mundo. A globalização, com seus inúmeros aspectos ruins, é uma realidade irreversível. Enquanto o mundo se aproxima (o que não implica maior homogeneidade de condições de vida, infelizmente), Cuba continua cerceando o direito de ir e vir. É como se felicidade e justiça social, lá, fossem obrigações de cada cidadão, impostas por decreto. Daí que ninguém pode partir: deve permanecer e ser feliz. Mas a alma humana é desassossegada e muitos prefeririam aventurar. Na minha ignorância, penso que eles têm esse direito.

Gostaria de saber se Cuba é um projeto que ainda pode dar certo. Mas gostaria de uma resposta de quem acredita nisso, se possível.

2 comentários:

Eduardo André Risuenho Lauande disse...

Só sei o seguinte: se eu morasse em Cuba seria oposição ao governo. Odeio ditadura principalmente de um reacionário direitoso como é o Fidel.

Yúdice Andrade disse...

É bom ler isso vindo de um sociólogo. Constato, assim, que não estou tão míope.