Ontem eu falava sobre as categorias que loteiam as ruas da cidade, como se fossem propriedade privada. Mas me esqueci de mencionar os supermercados, que sempre agiram como os donos da rua, literalmente falando. Desprovidos de áreas de carga e descarga, ou as tendo insuficientes, avançam para os espaços públicos, prejudicando a todos.
Acabei de passar pelo Nazaré da 14 de Março. Um ônibus que trafegava à minha frente jogou para a direita, deixando-me satisfeito por poder acelerar. Para minha surpresa, contudo, assim que o ônibus saiu da minha frente, deparei-me com um enorme caminhão da Coca-Cola, esperando para descarregar. Ele simplesmente parou no meio da rua! Não é força de expressão: ele estava na faixa do meio, candidamente aguardando um caminhão da Antarctica terminar o serviço. E até que isso ocorra, quem quiser passar pela via só dispõe de uma faixa de rolagem. Uma só e perto de um ponto de ônibus. Ou seja, se um ônibus parar ali, a rua estará totalmente bloqueada.
Gesticulei com raiva para o motorista, aboletado na cabine, mas sei que a culpa não é dele. Mandaram-no ficar ali e, como no fundo não se importa, ele parou. A culpa é mesmo dos proprietários do Nazaré, que se preocupam em expandir cada vez mais, porém somente as suas áreas de venda. As operacionais, não. Exatamente porque, precisando, sabem que em Belém o espaço público existe para quem se adonar dele primeiro.
O pior é que tal supermercado dispõe de um pátio grande, pela José Malcher. Mas posicionar o caminhão ali poderia não ser o melhor para a descarga. Então, dane-se você, porque aqui não tem prefeitura para resolver um abuso desses.
2 comentários:
Passo pelo Nazaré de manhã e a tarde pois é caminho para meu trabalho.
Piorou mais a situação quando a obra em frente estava em serviços de escavação, tendo um dia eu contado 13 caminhões enfileirados e fila dupla para apanhar material. Agora fica quando existe concretagem, que enche de caminhão de concreto.
Ninguem faz nada, só nos resta extravasar nos blogs.
"Só nos resta extravasar nos blogs". Disse tudo, Ana Paula. E com isso a minha lista de usurpadores do público só faz aumentar, agora com a inclusão das empreiteiras. Aliás, não é novidade aqui no blog, pois eu já havia postado a respeito, mencionando a ocupação das calçadas. Mas o seu acréscimo é verdadeiro e oportuno: elas ficam com as ruas, também. E o que é pior: em horário comercial.
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