Semana passada, li uma notícia no Diário do Pará sobre uma família em estado de indigência, dependendo da comiseração pública para ter o que comer. A reportagem destacava que as crianças sequer tinham roupas para vestir. Eu, que me abalo profundamente ao ser confrontado com a miséria, senti-me propenso a levar alguma ajuda aos personagens de tamanho infortúnio. Acabei não indo. Mas alguém foi. E, na saída, essas pessoas foram assaltadas, segundo noticia hoje aquele mesmo jornal.
Mundinho cão, este nosso. Cidadezinha desprotegida, aberta ao mal. Os abnegados doadores provavelmente chegaram ali de carro e, com isso, chamaram a atenção. Devem ter exibido relógios e celulares. Enfim, não importa. Se estivessem de roupa de ginástica, teriam os tênis para perder. O pior é que os malfeitores ainda cogitaram de entrar no barraco para roubar a comida e roupas que haviam sido doadas. É demais para mim.
Fica então a advertência: se for fazer o bem, trate de arranjar uma escolta policial. Mas, se assim for, que será dos desvalidos? A violência urbana é tanta que o cidadão comum não pode mais, sequer, ser solidário?
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