Acusados de espancar doméstica dizem que estavam "zoando"
Os cinco rapazes acusados de espancar a empregada doméstica Sirlei Dias de Carvalho, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), afirmaram segunda-feira (16) em seu depoimento à Justiça que, naquele dia, saíram para "zoar as putas".
Depois da audiência que durou mais de quatro horas, o juiz Marcel Laguna Duque Estrada, em exercício na 38ª Vara Criminal do Rio, decidiu manter a prisão preventiva dos rapazes e negar um pedido de liberdade provisória movido em favor de dois deles, Felippe de Macedo Nery Neto, 20, e Rubens Pereira Arruda Bruno, 19.
Na audiência, Nery Neto afirmou que todos os acusados ingeriram bebidas alcóolicas naquela noite e que sofre de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.
No mais, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade não comprometem a capacidade de raciocínio do indivíduo. Ou seja, esses menininhos não perderam nem sequer tiveram diminuída a capacidade de julgamento sobre as condutas realizadas, bem como a capacidade de autodeterminação. Isso em nada os beneficia.
Bruno, em seu depoimento, afirmou que os rapazes abordaram três mulheres — entre elas Sirlei — que "pareciam prostitutas".Aqui, o malandro admite tacitamente que ele e seus comparsas são pessoas socialmente perigosas. Basta que eles suponham que tal ou qual pessoa é prostituta e a agressão, para eles, está legitimada. Nem me darei ao trabalho de comentar sobre agressão a prostitutas. Basta que se diga que ninguém está seguro perto deles. Mais uma razão para mantê-los presos preventivamente.
Ele disse, então, que começou a agredi-las depois de ter sido atingido por uma bolsa no rosto.
Os outros quatro rapazes acusaram Bruno de ter levado a bolsa de Sirlei consigo após a agressão e de tê-la jogado fora, após a fuga.
Nos relatos, os rapazes admitiram ainda que quatro deles se envolveram em uma briga em um posto de combustíveis e que, depois, Bruno e o também réu Leonardo Andrade ainda "resolveram azarar" umas mulheres perto de casa e se envolveram em uma briga com um homem que simulou estar armado.
Com a negativa do magistrado, Nery Neto, Bruno e os outros três réus, Rodrigo dos Santos Bassalo, Leonardo Pereira de Andrade e Julio Junqueira Ferreira, permanecem presos.Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u312514.shtmlPara mim, isso indica que os mocinhos não podem ser contrariados de jeito nenhum. Se forem, ficam nervosinhos.Para os delitos de furto e roubo, a motivação do agente é indiferente. Se o cara levou a bolsa e jogou-a fora, ainda assim o roubo está configurado.Eis aqui o germe da tese de legítima defesa ou, pelo menos, de crime cometido por violenta emoção logo após injusta provocação da vítima. Tecnicamente, contudo, nem merece comentário.O consumo de bebiba alcoólica só piora as coisas. Os sujeitos já são violentos e, sabidamente, a bebida potencializa a agressividade. Logo, há um fator endógeno que se soma a outro, exógeno e altamente fomentado na sociedade. Num caldeirão desses, melhor que a justiça os mantenha presos. As estatísticas estão aí para mostrar como o alcoolismo tem custado caro ao mundo, especialmente aos brasileiros.Diante da confissão dos réus e dos motivos apresentados, fica muito fácil ao juiz indeferir o pedido de liberdade. Vale lembrar que esse Nery Neto fez gestos ameaçadores para a vítima, mesmo através do vidro que os separava. Acredito que tenha sido no dia do reconhecimento. Ele deve responder a processo também por esse fato. E coação de testemunha é prato cheio para qualquer juiz manter a custódia preventiva.Os lindos e encantadores meninos, dando essa explicação, dizem muito sobre quem são. Demonstram incapacidade de tolerar pessoas que não estejam dentro dos padrões que consideram corretos e uma propensão a agressão, ou até a extermínio, do que ou de quem fuja a esse padrão. Que tipo de educação essas criaturas receberam?
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