Colaboração para a Folha de S.Paulo
O maior índice de leitura extracurricular, de acordo com os dados do questionário do Enade, aparece principalmente nos cursos da área de humanas, como filosofia, teatro, ciências sociais, letras e história.
"Quem já tem uma carga de leitura maior na adolescência tende a procurar cursos da área de humanas", afirma Miguel Roberto Jorge, coordenador do curso de medicina da Unifesp. É da medicina o maior percentual de estudantes que leram apenas dois, um ou nenhum livro no ano (66%).
Thiago Sartori, 24, faz o quinto ano de medicina na USP. Ele afirma que costumava ler mais antes do vestibular. À medida que a prova foi chegando, ele começou a se concentrar mais na lista de leituras cobradas no exame. "Li mais Graciliano Ramos e Machado de Assis, que eram obrigatórios."
Hoje, diz que não sobra tempo para outra coisa que não seja medicina, por conta da carga horária do curso. Nos últimos seis meses, o estudante afirma que leu três livros além dos relacionados à profissão. Entre eles, publicações sobre história e títulos como "Pai Rico, Pai Pobre", de Robert Kiyosaki.
Os dados acima partem do questionário do ENADE, portanto foram prestados pelos próprios estudantes. A meu ver, confirmam uma impressão que sempre tive. Os cursos ligados às artes e ciências humanas exigem maior volume de leitura e, por isso, atraem de um modo até bastante natural quem já tem esse gosto.
Se fico preocupado com o fato de Direito não ser mencionado no primeiro parágrafo, fico apavorado de pensar que estudantes de Medicina leem quase nada. Afinal, onde é que eles aprendem a fazer o que fazem conosco?
Deus nos proteja...
2 comentários:
E eu, como sempre, na contra-mão, hehehe.
Tá no sangue, só pode.
O índice é sobre leitura extracurricular. Os médicos aprendem o que fazer com os pctes nas leituras curriculares.
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