Com fachadas à mostra e ruas livres de ambulantes, São Paulo ganha novo perfil e agrada os moradores. A maior cidade do Brasil se esforça para mudar aquela imagem de cidade feia.
Assim começa a reportagem que vi exibida no Bom Dia Brasil de hoje. Com direito a imagens de antes e depois, mostrou pontos da cidade atingidos pelas intervenções enérgicas e controvertidas da prefeitura, retirando outdoors e camelôs das ruas. O resultado é o reaparecimento das fachadas e das próprias ruas, reabertas estas à sua verdadeira finalidade, que é servir de espaço para seres humanos caminharem.
Os entrevistados todos se mostraram favoráveis às medidas. Eram pedestres. Não sei se os empresários pediram alguma coisa à emissora, pois há uma passagem em que se destaca que as pessoas podem, finalmente, ver os produtos expostos nas vitrines. O fato é que, espontânea ou não, a matéria mostra algo que me parece verdadeiro. À exceção de quem lucra com a desorganização do espaço urbano, todo mundo apoiaria medidas no sentido de permitir que a cidade deixe de ser um grande shopping popular e volte a ser um espaço de convivência.
Evidentemente, meu sentimento foi de tristeza ao comparar o que via com a realidade de Belém. Lá eles falam em "terra de ninguém". Coitados, nunca viram Belém do Pará, para saber o que é uma verdadeira terra de ninguém.
Ou terra de específicos alguéns. Aqui, as ruas e calçadas do centro pertencem aos camelôs. Os finais de rua na orla pertencem aos donos de portos. As calçadas e acostamentos pertencem aos flanelinhas. Outras calçadas pertencem a donos de bares, restaurantes e churrasquinhos. Até o recuo da "nova Duque de Caxias", destinado a estacionamento, virou pátio de exposição de veículos seminovos para venda, ali próximo do Santuário de Fátima.
A sensação é de que, aqui, o caos não tem solução. Entretanto, sabemos que tem. Só que não a pouco mais de um ano das eleições municipais.
2 comentários:
E tu achas que os futuros candidatos vão mudar alguma coisa. cada eleição o povo vota pior.
Não foi isso que afirmei. Apenas disse que, com as eleições se aproximando, ninguém vai querer mexer num vespeiro desses. E passadas as eleições, sabe-se lá. Penso que, para alguém se atrever a tanto, precisaria declarar ostensivamente na sua plataforma de campanha a intenção, de modo que elegê-lo implicaria em saber, de antemão, que a briga estaria comprada. E algum candidato faria isso?
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