sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Cena de Belém: total abandono


O Palacete Faciola, belíssima e centenária edificação, em plena Av. Almirante Barroso. Abandonada, foi desapropriada pela Prefeitura de Belém em 2002, na gestão de Edmilson Rodrigues, que começou a reformá-la para ali instalar a Casa de Atenção à Saúde Mental, uma das boas iniciativas de seu governo. Ela se destinaria ao abrigo e tratamento de portadores de transtornos mentais. A reforma custaria R$ 910.416,09 e foi interrompida ainda no início de 2004.
Como outras iniciativas daquela época, porém, não foi concluída. E a partir de 2005, quando o caos chegou à Administração municipal, foi cancelada de vez, sob a alegação de irregularidades administrativas. Supostamente, as obras seguiriam adiante, com recursos municipais e não mais com verbas do Ministério da Saúde.

A proposta foi objeto de uma reunião em 17.4.2006, segundo informa a própria prefeitura. Mas o resultado aí está: na principal avenida da cidade, em pleno bairro do Marco — hoje o principal de expansão da cidade, ergue-se o prédio de expressão ruinosa e cadavérica. Parece uma mansão mal assombrada, aspecto piorado pelas tábuas apodrecendo nas janelas.

O imóvel, de grande valor histórico, como mostra a fotografia tirada ontem, está tomado por pichações e é um criadouro ideal para o mosquito da dengue. A única utilidade que ainda oferece é servir de depósito para os ambulantes da área, que invadem a propriedade pública para guardar seus pertences e sabe-se lá o que mais fazer.

Há algum tempo, cidadãos denunciaram o perigo representado pelo desabamento dos antigos andaimes, expondo a vida de quem passa pela calçada em frente, mormente porque ali existe um ponto de ônibus. Veja as pessoas na imagem.

O pior é que já houve várias reportagens sobre o assunto, feitas pela imprensa comum. Nelas, sempre aparece gente implorando pela inauguração da casa, mas sem resultado. Na gestão petista, o serviço de assistência à saúde mental chegou a funcionar e era considerado muito bom. Interrompido, é de se compreender a angústia de quem precisa dele. A segunda fotografia mostra melhor uma parte do grande anexo que chegou a ser construído, para servir de abrigo aos doentes.

Esta é mais uma prova contundente de que, no governo municipal, não existe o menor respeito pelo patrimônio público, pelo espaço urbano, pelo cidadão e pela saúde.

3 comentários:

Anônimo disse...

É Yudici, dizem as más linguas que o Ed estava preparando a casa para ele próprio, pois as vezes ele parece um cachorro doido de tão raivoso que é. Não sei porque ele desistiu, acho que ficou doido de vez, pois foi ainda na sua gestão que a obra parou.

Frederico Guerreiro disse...

Quando um dia ficar pronta, se ficar, seria uma bela inauguração ter como primeiro residente o atual prefeito. Alguns até acham que a casa dele na verdade deveria ser outra.

Yúdice Andrade disse...

Não posso negar, Ana Paula, que o temperamento do Ed sempre deu margem a esse tipo de pensamento. Quando deputado estadual, ele partia para o desforço físico, se precisasse. Como prefeito, isso não ocorreu, mas tinha horas que ele parecia mesmo não bater bem da cabeça. Então, para relaxar, saía tocando flauta pelo Antônio Lemos.

Fred, já sabes que vou concordar contigo em gênero, número e grau. E para simplificar as tuas propostas, que tal manicômio judiciário?