quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Gargalo

A prosperidade da economia brasileira já levou multidões aos aeroportos, onde passaram horas ou até dias de humilhação. A primeira parte é a versão do ministro Guido Mantega.
A mesma prosperidade está enchendo as ruas de carros, num ritmo crescente. Os preços são altos, mas há facilidades, através de financiamentos e consórcios. Nestes, os prazos estão sendo ampliados para 80 meses. Quem tem mais dinheiro, troca de carro mais cedo, levando a oferta de usados a aumentar e, por conseguinte, a manter preços convidativos.
Tudo isso implica em que, se hoje as coisas já estão difíceis, dentro de mais um ano estarão muito piores. Pense na dificuldade para estacionar, nos engarrafamentos, nos acidentes. E ontem, com a interdição da Almirante Barroso por três horas, para o conserto de uma passarela, o caos. O trânsito desviado para a Pedro Álvares Cabral gerou um congestionamento monstro. Na Júlio César, p. ex., os carros não andavam.
Quer prova mais contundente de que Belém não pode continuar com praticamente uma só via de acesso? Dentre em breve, estaremos presos em nós mesmos. Sombrios prognósticos...

2 comentários:

Frederico Guerreiro disse...

Vivemos sob o império do automóvel. Ele quase deixou de ser meio de transporte para se transformar em uma indumentária.
Certo, eu também tenho um. Mas venho me esforçando o máximo para não deixar que ele me domine e tenho conseguido deixá-lo na garagem pelo menos uma vez por semana. E até que não tem sido ruim.
É um dia em que eu não me preocupo com o combustível, com os motoristas mal-educados (puxa, como são muitos!), com os engarrafamentos, com lugar para estacionar (nossa, como está ficando difícil!), e o que é melhor, é mais saudável.
Tente fazer isso e vai descobrir que a comodidade dominou a sua vida e a de milhares de cidadãos.


Tiro quinze minutos a pé da Quintino (Casa da Indústria) até o CESUPA. De carro levo mais de meia hora para chegar, estacionar e descer do carro.

Yúdice Andrade disse...

Fred, ainda não consigo deixar o carro em casa. Traumas de infância, pressa permanente e aversão extrema ao calor da cidade é o que invoco a título de justificativa. E uma certa prevenção, também, porque como mais dia, menos dia o tráfego vai parar de vez, uso o carro enquanto dá. Sei que, neste aspecto, meu senso de cidadania está deficiente, mas tento compensar por outras formas, especialmente um compromisso diuturno contra todas as formas de desperdício, especialmente de água.
Enquanto escova os dentes, você desliga a torneira?