Corria o ano de 1997 quando me formei e me tornei mais um trabalhador deste imenso Brasil varonil. Àquela altura eu já tinha conta bancária, mas uma conta universitária, por onde passava apenas o meu salário mínimo de bolsa de monitoria. Por isso, a minha sensação é de que a CPMF sempre existiu, pois simplesmente não me recordo da vida bancária sem ela. Longínquos tempos aqueles, em que eu emitia cheques para pagar a comissão de formatura e não havia o imposto sobre eles. Mas naqueles tempos também não existia cartão de débito automático, sem o qual a minha vida hoje seria quase impossível.
A contribuição provisória sobre movimentação financeira existe há 11 anos e, pelo andar da carruagem, ganhará sobrevida por mais 4. Afinal, o governo vence todas. O anterior, também. E assim por diante, nos Estados. O governo sempre vence. Nem poderia ser diferente, já que para obter votos dos parlamentares são vendidos cargos e liberadas verbas. E olha que, oficialmente, compra de votos é crime...
Sentado na frente da TV, eu via o povo brasileiro ser mais escorchado com a carga tributária, a partir de uma decisão que não se mede pelo interesse público, e sim pelo interesse espúrio do partido ou pessoal do parlamentar, em amealhar vantagens para as próximas eleições.
Essa é a democracia brasileira. Provavelmente, a democracia é a única contribuição verdadeiramente provisória que a Nação dá a seus filhos.
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