No caderno de negócios do Diário de Pará de hoje, as duas páginas centrais — espaço nobre e caro — ostentam uma publicidade nada paga sobre o megaultrahiperextremeprojeto Portal da Amazônia, da Prefeitura de Belém. Há fotos mostrando os 700 metros de aterro hidráulico já pronto e as indefectíveis maquetes eletrônicas, hábito que o malsinado sedizente herdou de seus padrinhos tucanos. Um amplo destaque é dado ao fato de que enquanto a macrodrenagem da Bacia do Una consumiu mais de 10 anos em trâmites burocráticos, o superprefeito conseguiu resolver tudo em menos de um ano. Sinal de eficiência administrativa, certo?
Por sinal, pelo menos uma vez por semana O Liberal publica uma notinha dizendo que o indigitado chegou de Brasília com mais dinheiro para seus projetos. Sabemos que ele vive em Brasília, mas que seja para conseguir financiamentos e sempre ser bem sucedido, lá isso fica com a imprensa.
Na matéria de hoje, não faltou um box com pessoas do povo declarando por que confiam que a obra ficará pronta. Comovente. Essas pessoas não devem saber que o Pórtico Metrópole está mofando há cerca de dois anos e dele só existe uma placa enorme, na frente do Shopping Castanheira. Também não devem saber que os recursos para o projeto menina dos olhos do sedizente não estão garantidos e que há inúmeras críticas a ele, sérias, no sentido de que a obra não pode ser tratada como uma simples intervenção turística, e sim uma verdadeira intervenção urbanística e ambiental.
Quando me sentei na frente do computador para escrever sobre isto, deparei-me com uma postagem no blog do Fred Guerreiro, mostrando até onde vai a cara de pau do sedizente, dessa feita por meio de uma reportagem comprada à revista IstoÉ, aquela que uns poucos meses atrás me surpreendeu quando encontrei numa banca, pois eu sinceramente achava que não existia mais. Leia a postagem e ria conosco.
Ria, que é melhor do que infartar de ódio.
PS — A imprensa se presta a tudo, não? Pagando bem, que mal que tem?
2 comentários:
Não tenho nem palavras para comentar sobre esta reportagem. É demais.
É demais mesmo, Ana Paula. A ironia é para ver se conseguimos suportar a raiva.
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