sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Soneto do caju

A querida Cris Moreno, devido à postagem anterior, mencionou o Soneto do caju. Confesso que, apesar de adorar Vinícius de Morais e de possuir livros dele, jamais ouvira falar desse poema. Graças a ela, posso reparar essa falta e me redimir com o Poetinha.
Com vocês, o Soneto do caju:

Amo na vida as coisas que têm sumo
E oferecem matéria onde pegar
Amo a noite, amo a música, amo o mar
Amo a mulher, amo o álcool e amo o fumo.



Por isso amo o caju, em que resumo
Esse materialismo elementar
Fruto de cica, fruto de manchar
Sempre mordaz, constantemente a prumo.


Amo vê-lo agarrado ao cajueiro
À beira-mar, a copular com o galho
A castanha brutal como que tesa:


O único fruto — não fruta — brasileiro
Que possui consistência de caralho
E carrega um culhão na natureza.

2 comentários:

morenocris disse...

Yúdice você é "louquinho" mesmo !

Já ri tanto que você nem imagina !

Beijos.

Yúdice Andrade disse...

Louquinho, não. É que de vez em quando eu digo umas coisas mais... diretamente.