domingo, 30 de março de 2008

Central da polêmica

A primeira vez que o Arbítrio serviu de palco para acaloradas divergências de opiniões foi ainda no começo de sua trajetória, quando publiquei uma postagem sobre a sentença que condenou o sociólogo Emir Sader por crimes contra a honra do então senador Jorge Bornhausen. Meu texto apenas comentava aspectos jurídicos da sentença penal, mas o fato de estarem em polos opostos um esquerdista e um direitão acirrou os ânimos. O debate político descambou para as ofensas pessoais e fui obrigado a moderar.
Como este blog se volta, também, para questões do âmbito do Direito Penal e processo penal, volta e meia surgem divergências quanto aos instrumentos jurídicos (ou de outras ordens) que deveriam ser utilizados no país. Aí o confronto gira em torno dos que almejam o endurecimento das leis penais e os que, como eu, não consideram tais medidas úteis e eficazes, ao menos não isoladamente. É o que ora acontece com a postagem Perfil psicopático.
Uma discussão inesperada para mim se estabeleceu na postagem Forma e conteúdo, sobre o depósito recursal no processo do trabalho. Sinceramente, não pensei que entre meus leitores houvesse tanta gente animada para defender tal depósito.
A política é sempre tema para altercações que, se não fossem virtuais, chegariam às vias de fato. Como existem blogs muito mais abalizados para esse delicado tema, a pancadaria aqui não rola solta por isso, mas já houve um ou outro episódio, inclusive com um doente me esculhambando porque falei umas verdades sobre o sedizente prefeito atual e a josta que é a propaganda de seu (des)governo. Provavelmente, um dos responsáveis pela dita propaganda, já que falo outras coisas do sujeito e ele não compareceu para defendê-lo nas outras ocasiões. Todavia, nos blogs cujos autores têm mais difusão entre o público, mantidos por pessoas como Juvêncio de Arruda, Augusto Barata e Ana Célia Pinheiro, p. ex., a velhacaria de alguns comentaristas às vezes chega a extremos.
Acredito que a explicação para esse fenômeno seja o fato de que somente nos blogs as pessoas têm a oportunidade de se manifestar e obter algum retorno. Na imprensa comum, isso é impossível. Nos grandes portais, como o G1, até existem ferramentas de comentários, mas o editor não responde, então ficam apenas as palavras ao vento. Já nos blogs, pelo menos nestes domésticos, que um sujeito solitário escreve no seu PC do quarto, o próprio editor vai responder. E quem quer falar dará preferência.
Gosto de pensar que, por causa disso, os blogs são de fato um instrumento de comunicação social, de grande relevância. Que por meio deles podemos chegar a qualquer lugar e compartilhar nossas ideias, mesmo que isso nos coloque, naturalmente, numa linha de tiro. Mas é como já dizia Zeca Baleiro: "quem teme o tapa não põe a cara na tela".
Um caldeirão de dissensos pode ser um bom caminho para o crescimento pessoal. Para mudarmos de ideia ou para encontrarmos melhores argumentos para manter as que já interiorizamos.

4 comentários:

Anônimo disse...

Velha técnica: você quer estancar o debate em qualquer blog?
Faça o seguinte: crie um novo tópico para desviar o assunto.
Pronto.
Você conseguiu.
E aí, pessoal, por que parou?
Vamos prosseguir com os debates, tão deliciosos?
Não vamos desistir, não...
Ninguém vai estancar a nossa sede pelo debate franco e proveitoso.

Yúdice Andrade disse...

Anônimo, se entendi direito, você me acusou de ter feito esta postagem para acabar com os debates nela mencionados. Se foi isso, engano seu. Ficarei muito satisfeito se eles prosseguirem. Afinal, isso seria um indicativo positivo para o blog, não?
Eu não quero estancar a sede de ninguém para coisa alguma. Não seria isso mania de perseguição?

Anônimo disse...

É... acho mesmo que VOCÊ tem essa mania... Confessa, vai.

Yúdice Andrade disse...

Tá bom, confesso: sou um sabotador do meu próprio blog. Tem gente para tudo no mundo.
Tentarei lembrar-me de, na próxima vez que uma postagem render, não escrever nada sobre ela, para não desviar a atenção de nenhum sedento. Só espero que isso não signifique que eu deva passar alguns dias sem postar - o que, convenhamos, seria suficiente para desviar atenções.