domingo, 9 de março de 2008

A qual senhor?

O ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Alberto Menezes Direito deve esclarecer, à sociedade que o remunera, a qual senhor serve: se ao papa, lá em Roma, ou se à Constituição brasileira, que imagino tenha jurado defender ao tomar posse na Corte Constitucional deste país.
A imprensa local noticia, hoje, que o ministro virá a Belém para se encontrar com o arcebispo metropolitano, Dom Orani Tempesta, com o qual deveria ter a tratar assuntos de interesse estritamente religioso e não jurídico.
Segundo o chanceler da igreja (ou o representante que adora aparecer na mídia), padre Ronaldo Menezes, o ministro não age a pedido da igreja para mover sua cruzada contra as pesquisas com células-tronco: age por convicção pessoal. Então tá. Então insisto em meu questionamento: a função de um ministro do STF é decidir os assuntos de interesse na nação com base em suas convicções pessoais ou no Direito vigente no país?
E só de raiva, formulo um segundo questionamento: a viagem do ministro será custeada com recursos próprios ou o contribuinte terá que suportar uma inexplicável missão protocolar?

2 comentários:

Unknown disse...

E fica a pergunta:

"onde está o Estado laico tão lembrado nos discursos jurídicos, muitas vezes, até por esses ministros ? Agora, quando há uma lesão aos preceitos religiosos de alguns membros, ele deve ser suplantado, esquecido?"

aff...

Yúdice Andrade disse...

Pois é, CT. A única audiência pública da história do STF, como prévia de um julgamento, foi no caso dos fetos anencéfalos. Será coincidência? Claro que não. Curioso como as pessoas que mais precisam cumprir a lei são titubeantes para fazê-lo, a menos que entre em cena uma questão de apelo religioso. Incrível.